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23 de Dezembro de 2013
Uma princesa chamada Alice
“Olá, o meu nome é Fernanda e sou mãe da princesinha Alice. Depois de ler várias histórias aqui no Prematuridade.com, resolvi compartilhar a nossa também.
Sempre tive uma vontade imensa de ser mãe e, por isso, a minha gravidez foi planejada. Descobri que estava esperando um bebê no dia 06 de janeiro de 2013, depois de muitas dores de cabeça e enjoos. Eu já estava com 7 semanas de gravidez quando fomos ao médico e ouvimos pela primeira vez o coraçãozinho. A emoção foi a mil, não estávamos acreditando. Descobri o sexo com apenas 13 semanas e, para nossa alegria, a tão esperada menina que se chamaria Alice.
Estava correndo tudo normalmente, não tive problema nenhum, ou seja, tudo corria muito bem e estávamos completamente felizes. Até que, no dia 08 de junho de 2013, comecei a sentir dores que iam e voltavam nas costas, mas sem saber que isso eram as contrações. Fui correndo para o hospital, já em desespero, pois estava com 28 semanas de gestação e a minha filha querendo nascer. Fui examinada e estava com 4 cm de dilatação. Fiquei em choque e só chorava, pois sabia que ela viria ao mundo muito pequena e frágil. Nesse exato momento, comecei a orar e pedir para Deus cuidar da minha filha.
Fiquei internada, tomei as injeções para o amadurecimento do pulmão da bebê e todos os medicamentos para parar as contrações. Fiquei dois dias bem, sem dor, mas toda hora os enfermeiros vinham monitorar os batimentos dela. No dia 11 de junho, às 5 horas da manhã, voltei a sentir novamente as contrações e, junto com isso, uma hemorragia. O desespero bateu novamente. Às 11 horas, a médica veio me examinar e já estava com 9 cm dilatado. Era só esperar.
Eu estava no quarto quando a bolsa estourou e me levaram imediatamente para a sala de cirurgia. Ela já estava com uma parte da cabeça para fora. Exatamente às 12h20min, a minha princesa veio ao mundo, de 28 semanas, parto normal, com 1,275 kg e 36 cm. Não ouvi o seu chorinho, só vi que tinha bastante cabelo. Nesse momento, ouvi a médica dizendo que a minha hemorragia era devido a placenta estar quase toda descolada. Mais alguns minutos e eu poderia ter perdido a minha filha. Fui vê-la somente à noite na UTI Neo. Tão pequena. Estava intubada, cheia de aparelhos apitando e respirando com ajuda. Nem acreditava que ela, daquele tamanho, já lutava para sobreviver.
Foram dias bons e ruins. Cada hora uma expectativa. Era maravilhoso ouvir todos os dias quantas graminhas ela havia engordado, e ficar um pouco triste com as gramas perdidas. Ela chegou a pesar 985 gramas. Confesso que a hora que tive alta não foi fácil. Sair daquela maternidade sem a minha filha nos braços foi muito difícil. Eu ia todos os dias visitá-la. Chegava do lado da incubadora, colocava as mãos, acariciava e conversava com ela pedindo para que se esforça-se para poder ir embora logo. Sempre orando junto com ela e dizendo o quanto era desejada, o quanto era amada e esperada aqui fora. Cada mexida, cada olhada, a cada ml de leite que aumentava, era motivo de comemoração e alegria para nós, pois sabíamos que ela já era uma vitoriosa.
Peguei ela no colo com 38 dias de vida. Foi um momento maravilhoso! Tão pequena e com aquele olhar lindo. Foram 22 dias intubada, 15 dias de CPAP e 11 dias com o cateter nasal. Com 50 dias, ela foi para o semi-intensivo e, no dia 13 de agosto, fomos para o quarto para podermos nos adaptar uma com a outra. Em 16 de agosto, a tão aguardada notícia, depois de longos 66 dias de internação: a Alice iria para casa com 2,325 kg e 46 cm. Hoje, a nossa princesa está com 5 meses e cada dia mais esperta. Podemos dizer o quanto a oração e a fé tem um poder maravilhoso em nossas vidas. Agradecemos a Deus todos os dias pela vida dela.”
Fernanda, mãe da Alice
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