12 de Maio de 2023

Uma guerreirinha chamada Isadora

Olá, me chamo Emanuela e sou mãe da Isadora, minha prematurinha. Vou contar um pouco da nossa história pra vocês. Minha filha nasceu com 31 semanas de gestação devido a um quadro grave de Pré-eclâmpsia que desenvolvi, como chegamos a um estágio em que ela não estava mais recebendo os nutrientes necessários para continuar na barriga e havia risco pra mim e pra ela, foi feito um parto de emergência no dia 22/12/2022 e ela veio ao mundo com 1.145 kg. Passamos Natal, Ano Novo e Carnaval na UTI Neonatal, lá a Dorinha (como é carinhosamente chamada por nós) superou muitos obstáculos na luta pela vida. Precisou fazer transfusão para controlar uma anemia, teve sepse neonatal, displasia broncopulmonar, hemorragia cerebral grau I, várias apneias, muitas quedas de saturação sendo um episódio na minha frente, algo que me marcou muito e o dia em que tive mais medo na minha vida. Fez fototerapia para icterícia, fez uso de cpap e demorou um pouco até se habituar a respirar sem ele. Todos os dias, em todos os horários disponíveis eu ia ordenhar pra dar do meu leite pra ela, leite esse que ela tomou pela sonda por um bom tempo. Teve um quadro complicado de refluxo gastroesofágico em que todo leite que entrava, metade era colocado pra fora. Demorou pra ganhar peso, ganhava 20 gramas, perdia 15 e assim sucessivamente.

Até que passados muitos dias, com a benção de Deus e Nossa Senhora que foram minha força e a dela dentro da UTI, ela começou a evoluir positivamente até o dia da tão sonhada alta. Foram 83 dias de muitos medos, angústias, choro, mas ao mesmo tempo de muita força, coragem, resiliência e fé nos propósitos de Deus. Depois da tempestade vem o arco íris. Acredite, tudo passa. Nos resta acreditar na força dos prematurinhos guerreiros e em Deus. "Um dia de cada vez", ouvi muito essa frase e ela faz muito sentido nessa jornada neonatal.