18 de Julho de 2023

Somos um milagre

Tudo começou com uma consulta de rotina, em que o médico me disse que minha barriga estava pequena e o Davi não estava desenvolvendo, eu estava de 5 meses e a partir daquele momento tudo mudou. Tive uma infecção urinária fortíssima que subiu para o colo do útero, fiquei internada e tomei medicações. Depois de algumas semanas eu tive meu primeiro sangramento, saindo o tampão do colo do útero na minha mão, tomei uma injeção para amadurecimento do pulmão do Davi e descobri que tinha um problema na placenta, estava parcialmente descolada e minha placenta era prévia (placenta baixa), então fui afastada e orientada a ficar de repouso absoluto em casa. Passou-se um mês, era 00:00 de um domingo e eu senti uma bexiga dentro de mim estourar e logo em seguida perdendo líquido, quando fui perceber era sangue, o SAMU foi me buscar em casa e me levou ao hospital de Ouro Fino - MG e lá pediram a transferência para Pouso Alegre - MG, eu tive vários episódios de sangramento com coágulos, contração, dor e desfalecimento. Fiquei internada por 3 dias, às 00:00 do dia 26/7/18 eu comecei a perder líquido e sentir dor. Algumas horas depois comecei a ter sangramento novamente e correram comigo, eu já estava com 7 dedos de dilatação, o Davi encaixado e não tinha como nascer de parto normal. Minha anestesia não pegou e me recordo de ver muitos médicos e enfermeiros, senti todos os meus cortes, até que me deram geral. A última coisa que ouvi foi: “vocês não fizeram esse aperto ainda? Estão esperando a mãe ou o filho morrer primeiro?” E apaguei, o Davi nasceu às 03:13 da manhã, com 37 centímetros, pesando 1.620 kg, com ausência de choro e já foi direito para incubadora, precisando de oxigênio e UTI neonatal. Às 6h da manhã eu acordei na porta de entrada da UTI adulto, segundo os médicos eu não acordava e não reagia. Davi ficou na UTI por 22 dias com uso de oxigênio, 2 dias sem e 20 dias de berçário.

Foram muitos sustos nesses dias todos no hospital, era uma luta com peso, infecção, sopro no coração e parada cardiorrespiratória. Momentos difíceis em que eu pude sentir o amor e o cuidado de Deus em cada obstáculo. Hoje estamos aqui, faltando alguns dias para o Davizinho completar 5 anos, o meu maior milagre. Temos dias de glórias e louvamos ao Senhor Jesus por isso, Ele me deu uma nova chance e sou muito grata por isso.