11 de Outubro de 2024

Pequeno Guerreiro

Olá, me chamo Laryssa e hoje quero contar a história de como foi minha gestação e nascimento do meu bebê milagre Heitor. Minha gestação foi super tranquila até a 28° semana, não tive enjoos nem dores, tudo perfeito. Planejei meu chá de bebê para o dia 01/06/2024, iria fazer minhas fotos em Maio, estava tudo certo. Após uma consulta de rotina, meu médico me deu remédio de pressão para tomar como precaução, pois até então eu tinha a “síndrome do jaleco braço” e minha pressão só aumentava no consultório e em casa normal. Certo dia eu comecei a sentir uma dor muito forte no estômago, o que me levou ao hospital. Minha pressão estava alta, me medicaram pra dor e ela baixou, então me mandaram pra casa. Isso se repetiu mais 3 vezes num intervalo de 1 dia, na 4° vez minha pressão aumentou muito e decidiram me deixar ali 24hrs para monitorar. Estava com 29 semanas, o médico veio até mim e disse que iria me dar a injeção para amadurecer o pulmão pois o parto seria a qualquer momento e eu só sairia dali após o nascimento do meu filho. Eu fiquei em choque, só sabia chorar. Não havia conseguido fazer as fotos, não teria meu chá de bebê e meu filho ainda nasceria prematuro e teria que ir pra UTI.

Fiquei internada 10 dias para tentar segurá-lo, mas já estava tomando 3 anti hipertensivos diferentes e minha pressão não baixava, minhas plaquetas baixaram e as enzimas hepáticas estavam muito elevadas. Então no dia 31/05/2024 foi o dia que decidimos que meu filho viria ao mundo. Eu estava muito assustada, frustrada, com muito medo e ansiosa, um misto de sentimentos. Fui levada para a cesariana e as 20:19 meu bebê nasceu, pesando 1465 kg, nunca vou esquecer esse dia, nunca vou esquecer seu olhar, seu choro e a emoção de ver o meu pequeno ali. Não pude tocar, beijar, vi apenas rapidamente e logo ele foi levado para UTI e eu fiquei ali, sem saber como ele estava, com uma parte de mim faltando. Eu só sabia chorar desde o dia que me internei, me culpando de estar frustrada por não ter feito fotos grávida, não ter feito chá de bebê (eu não tinha nada) e por ter nascido antes do tempo, o que eu poderia ter feito diferente. Só pude vê-lo no outro dia e quando cheguei na UTI só sabia olhar pra ele e chorar, a enfermeira dizia “pode falar com ele” mas eu pensava - o que eu vou dizer, não consigo dizer nada. Eu ia todos os dias para a UTI após minha alta, ia de manhã, tarde e noite, pois ele ainda não mamava o suficiente para eu precisar me internar. Fazia canguru com ele o tempo que fosse, só voltava pra casa pra comer, pois dormir mesmo não conseguia.

Foram 15 dias praticamente nessa rotina exaustiva, mas que não me arrependo, não podia deixar meu filho sozinho, ele precisava de mim. Quando ele já estava mamando eu me internei para ir a cada 3 horas dar de mama pra ele. Nesses 30 dias de UTI ele estava com suspeita de APLV então eu tive que fazer a dieta da proteína do leite. Além de toda a situação exaustiva e “frustrante“ do nascimento dele, tinha mais essa questão. Mas nosso menino sempre superava as expectativas, sempre muito forte, ia ganhando peso, crescendo e nos surpreendendo. Com 30 dias de internação ganhamos alta pro quarto, foi um momento de muita alegria, no dia do seu primeiro mês, pudemos ir para o quarto e logo mais iríamos para casa. Hoje nosso menino tem 4 meses (2 meses de idade corrigida) e tem sido um momento de muita aprendizagem. Não sabia muito sobre prematuridade, mas fui aprendendo a cada dia. A equipe do hospital foi muito humana e acolhedora para nos ajudar a passar por essa situação. Hoje estudo, procuro sobre prematuridade, meu filho faz bastante acompanhamentos para garantir que está se desenvolvendo bem. Esse foi o início da nossa história, que está sendo construída a cada dia.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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