02 de Fevereiro de 2013

Pedro Miguel: a vitória de um anjo


Olhem que amor a montagem de fotos que a Daine, mãe do Pedro Miguel, fez especialmente para a publicação da história dele aqui no Prematuridade.com: ficou lindo, assim como eles! Obrigada pelo carinho, Daine. E muita saúde pro teu anjinho! Beijo grande.

"Olá! Meu nome é Daine, tenho 22 anos e hoje meu pequeno Pedro Miguel está com 5 meses de vida.

Aos 18 anos descobri que talvez nunca pudesse ter um filho. Porém, aos 21 anos a surpresa: estava grávida. Nove dias depois da descoberta, sofri a primeira ameaça de aborto. Fiquei assustada, mas estava tudo bem. Com dois meses, ocorreu a segunda ameaça e meu bebe foi dado como morto. Que choque, que angústia. E já o amava mais que tudo.

Permaneci internada e na manhã do dia seguinte fizeram ultrassom para confirmação do óbito e fazer a curetagem. Para minha surpresa, estava vivo. Que alegria! Tive alta, mas passava dia e noite em cima da cama. Com três meses, mais uma ameaça. Eu estava cansada de sofrer com essa angústia. Tinha enjoos muito fortes, vomitava oito vezes ao dia, até sangue saía. Foram tempos difíceis. Minha gravidez era de risco.

Quando as coisas deram uma melhorada, comecei a sentir uma dor muito forte nas costas e passei o dia deitada. À noite, por volta das 21 horas e 30 minutos, piorou muito. Então me toquei que eram contrações. Fui para o hospital e estava com oito dedos de dilatação. Meu filho estava quase nascendo. Meu médico chegou e disse: "Sinto muito, ele vai nascer e não irá sobreviver. Ele precisa de uma UTI neonatal e não temos aqui. Se o parto ocorrer agora, é nascer e morrer".

Foi um choque, fiquei paralisada, só chorava. Passei a noite em claro e no outro dia me transferiram para outra cidade bastante distante de onde eu moro. Tive de ficar longe da minha família, sozinha em um lugar que eu não conhecia. Mas fazia tudo pelo meu bebê. Chegando lá, tive começo de convulsão e fiquei 12 dias em trabalho de parto, sozinha. Não fosse o amor daquelas enfermeiras para comigo não sei o que seria de mim. Sentia medo, felicidade, agonia, cansaço, tudo ao mesmo tempo.

O médico então chegou e disse: "Mãe, não tenha esperança, pois ele não vai sobreviver". Foi uma facada ouvir isso. Eu fazia tudo em cima da cama, não podia levantar para nada. Os últimos 3 dias foram de muita dor. Sentia contrações dia e noite, passava mal de tanta dor. Eu suava em cima da cama e nada de ele nascer. Até que, já com quase dez dedos de dilatação, minha bolsa estourou e as dores triplicaram.

Ele nasceu de parto normal com 7 meses completos, pesando 1,4 kg e medindo 37 centímetros. Só dei um beijinho e já o levaram para entubar. No outro dia, tive de ir embora para minha cidade e deixei meu bebezinho lá no hospital sozinho e, por isso, eu chorava muito. Comecei a ter depressão. Foram dias difíceis, de angústia. Se o telefone tocasse eu quase morria do coração.

Então ele teve infecção e fiquei muito apavorada. Mas ele se recuperou. Depois veio o segundo susto: ele havia parado de respirar durante a noite, mas graças a Deus conseguiram reanimá-lo. Então eu caí doente, mas mesmo assim enfrentava 6 horas de viagem para ver meu filho por meia hora e voltava. Não houve um só dia em que não saía de lá chorando. Meu ânimo era meu noivo que sempre tentava me animar. Ele foi muito importante para mim. Então voltei em definitivo para o hospital para amamentá-lo.

Com uma semana lá dando de mamar para ele, fiquei doente de novo. Então deram alta para ele e viemos embora, pois eu precisava me tratar. Foi o dia mais feliz da minha vida. Cheguei à minha cidade e tive de fazer uma cirurgia rápida, não foi fácil ficar longe dele de novo, mas eu estava feliz. Lamentavelmente tive de parar de amamentá-lo em razão de minha cirurgia.


Hoje olho para tudo isso e vejo como Deus é bom. Sinto-me especial por tê-lo, por ser sua mãe, por ter passado por tudo isso. Sou muito grata a Deus, ao meu noivo e à minha família. Eles foram minha base.

Essa é minha história e do meu bebê, Pedro Miguel, meu anjo, minha vida, meu tudo."

Daine, mãe do Pedro Miguel.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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