30 de Setembro de 2013

O nascimento do príncipe Enzo

“Estou aqui pra contar a história do Enzo. Eu e meu marido decidimos que estava na hora de ter um pequeno, então parei de tomar o anticoncepcional. Foi uma espera de 9 meses para, em um domingo, do nada, me dar uma vontade louca de comer um hot dog. Comi e botei tudo pra fora. No dia seguinte: ‘parabéns, você vai ser mamãe’. Nossa, fiquei muito feliz, na verdade, ficamos. Minha irmã, paciente renal, também ficou radiante.

A gravidez foi bem tranqüila, apesar dos enjôos e da asia que não passavam por nada, mas eu não sentia dores nem tive sangramento. Os meses foram passando e: ‘parabéns mamãe e papai, é um menino’. Nossa, sempre quisemos um menino.

No final do ano de 2010, minha irmã, que já tinha seus problemas de saúde, teve 3 convulsões dentro de casa. Foi uma correria, um desespero. Ela estava na UTI e um médico nos disse que não havia chance para ela, que se acreditávamos em Deus podíamos pedir, porque só ele a salvaria. Bom, foram 15 dias de desespero total. Eu, literalmente, passei a viver por ela.

Em uma tarde, fui à UTI e falei pra ela que não aceitava que ela fosse, pois ela havia me pedido tanto um sobrinho e agora ele estava próximo de chegar, que ela não podia nos deixar. No dia seguinte, ela saiu da UTI, isso foi no dia 24 de dezembro e, no dia 30, ela teve alta. Nossa, como comemorei aquele Réveillon.

No dia 3 comecei a ter cólicas, fui ao médico e ele disse que era normal, que meu corpo estava se preparando para o parto. No dia 6 de janeiro, o meu príncipe nasceu. Sofri muito pois, quando a contração vinha, o coração dele diminuía o ritmo. Era para eles fazerem uma cesariana, mas não fizeram. Sofri minha dor e a do meu bebezinho e aí, enfim, ele nasceu. Todo roxinho, não chorou, era pequenininho, com 2,105kg e 44,5cm.

Mal vi ele, mas fazer o que. Ele foi pra UTI, mais sofrimento. 20 dias depois, o Enzo teve alta. Com 11 meses de vida eu descobri que ele teve uma lesão cerebral, por falta de oxigênio. Isso causou um atraso neuropsicomotor. Hoje, com 2 anos e meio, ele ainda não anda sozinho e não fala, só balbucia. Faz acompanhamento com fisio, fono, neuro, já teve tantos problemas... Mas eu creio que ele vai andar e falar muito em breve. Minha irmã, hoje transplantada, é quem cuida dele para eu trabalhar. Ela chama ele de “filhobrinho”, ele ama ela tanto quanto me ama e eu sou muito feliz por tê-lo ao meu lado.”

Kelly, mãe do Enzo

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

Compartilhe esta história

Tem uma história de prematuridade para compartilhar?

Envie seu relato para gente e faça a diferença para quem precisa de palavras de força e esperança nesse momento.

envie sua história

Conheça outras histórias

Veja histórias por:

    Últimas Notícias

    Receba as novidades

    Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que acontece no universo da prematuridade.