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08 de Outubro de 2013
O grande herói Gabriel
“Tive uma gravidez difícil, cheia de dores e idas e vindas à maternidade. Quando estava de 27 semanas, tive infecção urinária e, com 29 semanas, senti muita dor em casa. Não conseguia me mexer até que consegui levantar, pois queria ir ao banheiro, isso foi no dia 29/08/2008. Não consegui chegar ao banheiro, então voltei pra cama e, antes mesmo de chegar, senti a dor e disse pro meu ex jogar uma toalha que iria sujar o chão. Mas não era o que eu pensava, era o Gabriel nascendo.
Não deu tempo pra nada, a não ser meu ex jogar a toalha no chão e Gabriel chegar, com muito susto, já que o cordão arrebentou. Chamamos o SAMU que, em menos de 5 minutos, chegou à minha casa. Nesse meio tempo, o pai do Gabriel já tinha pego outra toalha, enrolado ele e colocou no meu colo. Foi uma mistura de emoções e medos.
Na chegada do SAMU, foi tudo muito rápido. Sei que ele teve 4 paradas cardíacas na ambulância, levado ao hospital teve outras paradas, era fio pra tudo que era lado. Logo depois eu cheguei ao hospital em outra ambulância, sem saber o que tava acontecendo com meu lindo bebê.
Chegando lá, a médica logo veio falar comigo e não deu nenhuma esperança. Com menos de uma semana, ele teve infecção, chorava muito quando o vi daquele jeito. O médico me dizia para rezar para que Deus fizesse o que fosse preciso. Teve pneumotórax, foi descoberto um sangramento intracraniano grau IV e logo veio um neurologista falar conosco. Foi muito difícil saber que tudo estava comprometido, tivemos muitos altos e baixos nos 57 dias de UTI Neonatal.
Meu grande herói ficou com seqüelas, como paralisia cerebral, mas surpreende até mesmo o neurologista, que é um dos médicos que mais amo, pois é muito sincero e não é grosso (como a maioria). Levamos nosso bebê pra casa e, depois de um ano, mais um susto: uma internação por pneumonia, a qual só soube o que era muitos meses depois, pois me diziam que a dificuldade respiratória era devido a uma adenóide. Acabamos autorizando a cirurgia, então tivemos outros sustos: mais uma parada cardíaca, uma traqueostomia de urgência, a qual ele usa até hoje, e uma gastrostomia.
Tivemos várias internações, mas hoje ele tem uma saúde muito boa, comparada à gravidade do probleminha dele. Fez 5 anos, é muito esperto, risonho, já está na creche e com seu primeiro dentinho mole. Desejo muita força a todas as mães prematuras.”
[caption id="attachment_8356" align="aligncenter" width="960" caption="Gabriel fazendo seu primeiro trabalho com tinta na creche"][/caption]
Denise, mãe do Gabriel
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