05 de Janeiro de 2022
Minha Pequena Guerreira Catherine
"Fui internada a primeira vez com 26 semanas, fui liberada para repousar e medicar em casa. Com 29 semanas novamente fui internada, foram 42 dias no hospital juntando minha internação com a da Catharine, 13 dias a minha, no qual senti as dores do parto sem poder tomar remédio, achava que minha dor era tremenda nesse momento, nem imaginava o que estava por vir.
No dia 02/11 corremos para fazer a cesária, não tem como descrever em palavras o que passamos, precisei ser forte e aguentar a dor da cesaria, passava todos os dias dentro da UTI, chorava sempre quando era a hora de ir embora. Foram muitas tentativas para conseguir fazer seu alimento parar na barriguinha, vivemos uma montanha russa, pela manhã um notícia boa, horas depois o médico chegava com notícias não tão boas. Eu orava muito, já não me reconhecia de tanta tristeza, não dormia, mal me alimentava, quando faltava palavras eu louvava.
Como você foi forte, guerreira, superou coisas que um adulto não superaria, passou por diversos aparelhos respiratórios, chegou a pesar 1.500Kg, seu alimento era três ml de leite e mesmo assim vomitava. Foram tantas apneias, tentativas de sondas enormes para que não fosse necessário uma cirurgia.
Foi preciso fazer uma endoscopia, você foi entubada pela primeira vez, era muito frágil para esse tipo de procedimento. O exame que era para durar 15 minutos, durou mais de uma hora, você parou a UTI, foi necessário vários cirurgiões do hospital, o médico gritava achando que havia perfurado seu intestino, seu pulmão, todos os enfermeiros e médicos apreensivos. Você ficou muito mal, teve um principio de parada cardíaca, foi realizado raio x procurando a perfuração.
Veio a notícia que podia ter acontecido uma perfuração, e se fosse confirmado precisaria de uma cirurgia. Nisso ficaram dias para confirmar com certeza o diagnóstico, enquanto isso vários médicos te examinavam, dia e noite e não entendiam o que havia acontecido. O que para eles foi um erro, para nós foi um grande milagre de Deus, tudo foi evoluindo rapidamente, deixando os aparelhos, aumentando a dieta, comendo pela boca e os médicos não sabem explicar o que aconteceu.
Aquele lugar é um lugar de fé, histórias tristes e também milagres, uma lição de vida onde amadurecemos e evoluímos, damos valor a pequenas coisas, como o simples fato de poder segurar no colo nosso filho. Catherine, você veio para nos ensinar, eu prometi que se ela curasse, contaria por onde fosse a história do meu milagre. Para muitos pode ser coincidência, sorte, para nós que vivemos toda essa experiência, sabemos que foi Deus. Obrigada Deus por hoje poder estar em casa com minha pequena."
(Relato da mamãe Stefanie, enviado em 2020)