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20 de Março de 2014
Minha pequena grande guerreira Paula
“Olá, pessoal. Eu me chamo Raquel, moro em Porto Alegre (RS) e estou aqui para contar a minha história para vocês.
Engravidei um mês após parar de tomar pílula anticoncepcional. Não imaginei que fosse acontecer tão rápido, esperava mais ou menos 1 ano, conforme a minha ginecologista havia me dito. Descobri quando já estava com 13 semanas de gestação, na primeira ecografia foi incrível ouvir pela primeira vez o coraçãozinho do bebê. Iniciei o pré-natal, e até as 20 semanas foi tudo normal. Fiz a ecografia morfológica, estava tudo bem, descobri que seria uma menina, foi só alegria!
Mas, logo em seguida, comecei a ficar muito inchada. Achei que fosse normal da gravidez, mas, um certo dia, acordei com o meu rosto, em especial os olhos, muito inchados, e não consegui calçar os tênis, pois os meus pés estavam horríveis de inchados. Fui procurar atendimento na emergência do Hospital Presidente Vargas, fui atendida na hora, fiz exame de urina, que deu super alterado, e já fiquei internada para tentar segurar a gestação, pois estava com a pressão arterial muito alta e precisava de cuidados especiais tanto eu quanto o bebê. Foram 4 dias de tensão, medo, ansiedade, angústia, pois sabia que era muito cedo para o bebê nascer e tinha muito medo do que pudesse acontecer. Mas nunca perdi a fé e a esperança que levaria a minha filha para casa, mas foram dias terríveis! Devido a Síndrome de Hellp, não deu mais para segurar, pois a minha pressão não baixava mesmo com medicação, então fiz cesárea de emergência.
A minha Paula nasceu de 27 semanas, 790 gramas e com 32 cm. Assim que ela nasceu, rapidamente me mostraram o seu rostinho. Ela estava chorando muito, isso me tranquilizou um pouco, porque pensei “ela está viva e vai continuar”. Tive uma recuperação um pouco complicada, com infecções e muita dor. Mas logo me recuperei e, então, começou a minha caminhada de esperança e fé na recuperação da Paulinha!
Quando a vi na UTI Neo pela primeira vez, chorei muito quando sai de lá. Não imaginava ser tão pequena e tão frágil. Sua pele era uma gelatina, fiquei muito nervosa. Mas, depois desse dia, a minha casa era ali no hospital ao lado dela, dando força, amor, carinho e pedindo para ela não desistir nunca! Eu ia de manhã cedo e só ia para casa para dormir. E muitas vezes nem conseguia, pois queria que chegasse logo o próximo amanhecer para estar ao lado dela.
Foram 6 meses de muita luta pela vida. Ela teve várias intercorrências, infecções, transfusão de sangue, cirurgia, e, graças a Deus, vencemos! O primeiro colo que dei para minha filha foi quando ela estava com quase 3 meses. Foi lindo e emocionante demais. Ela ainda estava intubada, eu fiquei muito tensa, mas estava bem monitorada pela excelente equipe do hospital, que foram anjos enviados para cuidar de nós.
O meu marido, grande companheiro, todos os dias depois do trabalho ia ao hospital ver a nossa pequena, esteve junto em todos os momentos sempre. Achei que aprender a mamar na mamadeira fosse fácil, mas não foi. Isso também teve que ter atenção especial das fonoaudiólogas, sempre muito atenciosas. Ela demorava bastante para mamar 30 ml de leite, e eu sempre na expectativa. Eu mesma dava o mamá para já ir me acostumando, pois ela já estava quase indo para casa. Fiz também o canguru, que é super importante para o bebê ter o contato de pele com sua mamãe. Depois que foi retirada a sonda, aí só faltava aprender a mamar e ir para casa. Nossa, eu contava os dias e as horas... Até que chegou o grande dia!
Após exatamente 6 meses, 183 dias na UTI Neo, chegou o dia de ir para casa com a família, que só a conhecia por foto. Foi um dia muito especial e emocionante! Hoje a Paula está com 1 ano e 9 meses, cada dia mais sapeca e já está caminhando. Graças a Deus, é uma criança super saudável e feliz, alegra nossos dias e nossas vidas todos os dias. Agradeço a Deus todos os dias por ser abençoada de ser mãe dessa pequena grande guerreira Paula!"
Raquel, mãe da Paula