16 de Setembro de 2023

Minha História

Me chamo Tereza Raquel, tenho 28 anos e 4 filhos. Minha história de superação começa em 2020, neste ano eu já tinha meus 3 filhos mais velhos, Nicoly, Cristiano e Gabrielly, e em 2020 descobri que estava grávida pela 4° vez. Estava muito feliz apesar de não estar esperando, ainda sim muito feliz. Alguns dias depois da descoberta comecei a ter sangramento, fui para o hospital e chegando lá fizeram uma ultrassom e então eu descobri que tinha um gravidez anembrionária (que até então não sabia o que era) e a médica me explicou, foi então que meu mundo desabou, nesta mesma madrugada tive o aborto espontâneo, não precisei fazer curetagem pois o meu útero expulsou tudo. Fui pra casa arrasada e tentei seguir minha vida normalmente com meus filhos, passou-se os anos e em junho de 2022 descobri outra gravidez, estava apavorada pois meu medo de outra gestação anembrionária me perseguia. Foi então que após alguns dias depois da descoberta comecei a ter sangramento mais uma vez, entrei em desespero e corri para o hospital.

Chegando lá fiz uma ultrassom e desta vez realmente tinha um bebê, de 8 semanas com coração batendo mas o sangramento não cessava e o médico da ultrassom me disse uma frase que me deixou mais apavorada: "O feto está aqui, mas isso não quer dizer que vai ficar tudo bem, o aborto pode acontecer a qualquer momento." Isso me destruiu e preencheu meu coração de medo, fui liberada pra ir pra casa e naquela mesma madrugada tive fortes dores até que elas cessaram rapidamente no momento em que senti algo descer pela minha vagina, ali eu soube que tinha perdido mais uma vez, outro aborto espontâneo. Não quis olhar, chamei meu esposo e ele me socorreu, pois eu só sabia chorar. Não quis ir ao hospital nem olhar o feto que saiu de mim, meu marido que cuidou de tudo, não sei porque aquilo estava acontecendo comigo, fiquei muito triste mas não podia parar pois tinha meus filhos pra cuidar. Segui minha vida mais uma vez. Em setembro de 2022 descobri outra gravidez e entrei em desespero, chorava 24 horas por dia pois na minha cabeça eu também perderia este bebê, não saia de casa e não fazia nada, mesmo assim comecei a ter sangramento. Chorei muito depois de pesquisar e descobrir uma pílula de progesterona que ajudava a evitar o aborto espontâneo, comecei a usar todos os dias e o sangramento parou e minha gravidez evoluiu. Não estava acreditando que minha barriga estava crescendo, com 14 semanas descobri que era uma menina, resolvi chamá-la de Emanuelly pois seu significado mostrava que Deus estava comigo e nunca me abandonou.

Segui com a gravidez normalmente até às 28 semanas, quando num domingo, 5 de março a noite, após terminar a janta senti minhas costas doerem e resolvi ir me deitar, achando que logo passaria por se tratar de cansaço. No dia seguinte amanheci com dores na barriga e contrações, meu marido foi trabalhar sem saber pois não queria que ele se preocupasse, levei meus filhos na escola fiquei a manhã inteira deitada tentando não me esforçar. Deu o horário de ir buscar as crianças na escola, fui e voltei pra casa e a dor piorou não tive opção a não ser ligar pro meu marido pra ele voltar. Fomos pro hospital, fizeram o toque e eu estava com 3 centímetros de dilatação e com suspeita de trabalho de parto pois segundo a médica minhas contrações estavam muito curtas para ser considerada contração. Me mandaram de volta pra casa mesmo com contrações alegando que eram de treinamento. Na terça-feira as contratações se seguiram o dia todo, fiquei com a minha mãe enquanto meu marido ia trabalhar pra ele ficar tranquilo, nem os meus filhos foram pra escola. O dia se seguiu e eu com fortes dores até às 17 horas, quando resolvi ir pra casa e chegando lá começou o sangramento.

Meu marido ainda não tinha retornado do trabalho, liguei pra minha mãe e pro meu marido, uma vizinha da minha mãe que nos deu carona. Cheguei e já fiquei internada em monitoramento, meus batimentos cardíacos estavam elevados a 155 por minuto por conta da contração. Depois da medicação pra diminuir a dor o médico pediu pra me examinar no consultório, assim que sentei na maca pra levantar senti uma quantidade absurda de água descer por minha perna e avisei a enfermeira, ela levantou o lençol e viu que minha bolsa tinha estourado. No pior estava com hemorragia e fui levada às pressas para sala de cirurgia pra uma cesária de emergência. Emanuelly nasceu com 29+1 semanas às 20:32 pesando 1.645 kg e medindo 40 centímetros, chorando e respirando, mas por conta da prematuridade foi pra incubadora. Após 2 dias esperando vaga num hospital com neonatal conseguiram em uma cidade próxima e ela foi transferida pra lá. Após vários dias de medos e incertezas sobre sua saúde e futuro, ela teve alta da neo com 40 dias de internação, hoje com 6 meses de seu nascimento eu vejo que Deus realmente estava conosco o tempo todo, agradeço a ele por meu milagre.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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