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30 de Setembro de 2014
Miguel: um príncipe vencedor de 29 semanas
“No dia 29 de maio de 2013, descobri que estava grávida. Foi uma gestação mais que planejada. O meu bebê estava chegando! Com 12 semanas de gestação, descobrimos que seria um menino, nosso Miguel. Tive uma gravidez tranquila até o 5° mês. Infelizmente, a partir disso, começaram as intercorrências. Na ultrassonografia, foi detectado bradicardia (poucos batimentos cardíacos). O doutor disse que o coração do bebê poderia parar a qualquer momento. Ficamos sem chão. Fizemos um ecocardiograma fetal e foi descartado qualquer problema em seu coraçãozinho, ficamos aliviados. Mas mal sabíamos que ele estava sofrendo em meu ventre. O nosso pequeno foi muito forte, já estava lutando pela sua vida.
Quando entrei no 7° mês, tive pré-eclâmpsia, devido a uma doença autoimune que ainda estou investigando. Tentamos controlar com medicação por 15 dias, mas não tivemos êxito. Fui internada em uma sexta-feira, e, no sábado, fiz uma ultrassonagrafia. Estava de 29 semanas de gestação, e o Dr. Celso do Vale, um anjo que Deus colocou em nossas vidas, decidiu que não poderíamos mais esperar. Estava faltando oxigênio para o nosso pequeno, e eu e o bebê corríamos risco de vida. Então, no domingo, dia 10 de novembro de 2013, às 08h24min, nasceu o nosso pequeno Miguel. A cesárea ocorreu tudo bem, graças a Deus. Nosso presente de Deus nasceu apenas com 905 gramas e 35 centímetros e foi direto para a UTI Neonatal.
A equipe da UTI da Santa Casa de Maringá acolheu nosso filho com muito carinho e dedicação. Desde o primeiro dia, ordenhei para meu bebê, ele recebeu o meu colostro e acredito que isso fez toda diferença em seu desenvolvimento. A pior sensação da minha vida foi deixar o hospital de barriga e braços vazios e com sentimento de culpa por não gerar meu filho até o 9° mês, e ele lá cheio de furos e tão pequeno, tão frágil.
Miguel chegou a pesar 885 gramas, passou por muitos obstáculos, como, por exemplo: infecções, transfusões, convulsões, displasia broncopulmonar e plaquetopenia. Ficou intubado por 30 dias e permaneceu na UTI Neo por 49 dias. Muitas foram às vezes que saímos de lá em pedaços e calados. Mas Deus me deu muita força para enxugar minhas lágrimas e sorrir.
O nosso pequeno foi se recuperando e iniciamos o método canguru. Fiquei muito emocionada! Depois de 40 dias, estava pegando o meu filho no colo pela primeira vez. Ele ficou bem calmo, sentindo o calor do meu corpo e dormiu gostoso.
No dia 28 de dezembro de 2013, recebemos a alta da UTI e passamos para pediatria, onde permanecemos por 25 dias. A fonoaudióloga Sandra Regina, um amor de pessoa, começou o treinamento para eu poder amamentar, ocorreu tudo bem. Uma notícia maravilhosa! Agora era só ganhar peso para irmos para casa. Só que o Miguel mamava muito e isso dificultava o ganho de peso, pois gastava muita energia ao sugar. Ele manteve o mesmo peso por 15 dias.
Ainda no hospital, descobrimos uma hérnia inguinal. Chorei muito em saber que o meu bebê passaria por uma cirurgia e corria risco de apneia, porque tomaria anestesia geral. Graças a Deus, novamente ocorreu tudo bem. Ficou um dia na UTI em observação, e, mais uma vez, fui para casa sem o meu bebê. No dia seguinte, voltamos para a pediatria. O Miguel ganhou peso por dois dias seguidos. Enfim, o dia tão sonhado chegou. Foi dia 22 de janeiro de 2014, pesando 1,970 kg, quando levamos o nosso príncipe para casa, foi o dia mais feliz.
Agradeço a Deus por tudo que passamos, pela benção que ele nos concedeu de ter nosso pequeno Miguel, nosso milagre. Agradeço também aos parentes, amigos e as pessoas que nem conhecemos e que rezaram por nós. O nosso filho é um guerreiro vencedor, abençoado por Deus. Me orgulho muito e o amo incondicionalmente.
Hoje, 16 de maio de 2014, Miguel está com seis meses de vida, está pesando 4,800 kg e 58 cm, com uma saúde de leão e sem sequelas. Digo a todos os pais que estão passando por esse momento para que tenham fé e não desistam dos seus filhos, porque eles são mais fortes que imaginamos.”
Maria Cristina, mãe do Miguel