25 de Junho de 2019
Miguel, meu anjo guerreiro
"Quando começo a recordar, ainda me dá um gelo na barriga. Agestação do meu segundo filho foi planejada e muito esperada. Cinco anos após o nascimento do primeiro, tive uma gestação tranquila. Nada fora do normal, com pré-natal super tranquilo e a data prevista para o parto: 20 de setembro de 2016.
19 de agosto de 2016 foi um dia tenso, pois, logo de manhã, ao ir ao banheiro, percebi que meu "tampão" tinha saído, como dizem, e também sentia umas dorzinhas de leve. Fui pra maternidade, onde me deram um medicamento na veia e me mandaram de volta pra casa, pois não apresentava nada mais além disso.
Exatamente às 20:15 minha bolsa rompeu. Que susto levei, pois jamais esperava! Fomos para maternidade aqui de Canoinhas (SC), e já fiquei em observação, pois estava tendo leves contrações. Por volta da meia noite, as contrações aumentaram e já estava com 6 dedos de dilatação.
O médico de plantão foi conversar comigo me dizendo que precisava me transferir pra outra maternidade, pois onde estava não havia UTI neonatal. Se meu bebê nascesse ali poderia ter complicações e eles não tinham a estrutura. Foi uma hora de viagem de ambulância.
Meu Miguel nasceu dia 20 de agosto de 2016 com 3,110 kg às 06:09 de parto normal. Fiquei com ele nos braços por alguns segundos e logo ele foi levado pra UTI, pois nasceu com 35 semanas.
Passados 10 minutos ele precisou de VPP, em seguida teve uma piora e precisou de CPAP nasal e na sequência de ventilação mecânica. Por receber o CPAP meu bebezinho teve um pneumotorax no pulmão esquerdo e ficou em estado delicado, teve infecção, PICC, ictericia, Hipocalcemia e precisou de uma drenagem no pulmão.
Ver o filho naquela situação é muito dolorido. Eu só chorava. Após quatro dias, ele começou a tomar leite materno por sonda. Foi quando tudo começou a melhorar e muito!
Foram onze dias de UTI e mais três dias no quarto comigo em observação, antes de ir pra casa, que é o momento mais esperado por todas nós mamães de prematuros.
Hoje, o meu Miguel está com 1 ano e 8 meses e uma saúde de ferro. Só tenho a agradecer a toda equipe daquela maternidade desde equipe médica, cozinheira, faxineiras. E, claro, agradecer a Deus por ter nos dado a chance de passar por tudo isso sempre em pé, firmes apesar das dores, medos e insegurança!"
(relato da mamãe Sandra de Andrade, enviado em 2018)