28 de Fevereiro de 2024

Meu milagrinho Julian

Desde que meu filho mais velho fez 2 anos (hoje com 9 anos), começamos a tentar o caçulinha. 5 anos depois, estava eu, grávida, novamente. Estava tudo certo, meus exames, meu peso, pressão, alimentação, bebê... tudo 100%. Fiz os exames de início do 3º trimestre, tudo ok. Duas semanas depois, acordei toda molhada, fiquei achando que havia me urinado enquanto dormia, mas não... minha bolsa havia rompido.

Fui para o hospital, e lá fizeram todas as avaliações, tomei a injeção para amadurecimento dos pulmões e já fiquei internada. Tentei segurar, bebi muita água, tomei muito soro, e fiquei em repouso. Exatamente 2 semanas depois, quando minha gestação era de 29 semanas e 2 dias, comecei a ter contrações. Minha ginecologista veio até mim e disse que estava na hora de fazer o parto. Foi um misto de emoções, queria ver meu filho, mas ao mesmo tempo sabia o quanto seria arriscado, mas ouvi que as chances dele eram boas, pois estava com um bom peso para a idade. Foi feita uma cesariana.

Nasceu meu pequeno com 1.570kg e 37 cm, nem pude vê-lo, levaram direto para uti neonatal. No outro dia recebi alta e começou a nossa luta. Como era época de pandemia, só podia visitá-lo 1 hora por semana. A angústia quase me consumiu, logo nas primeiras horas, a primeira intercorrência, estava com problemas de saturação e foi detectado sepse. Meu mundo caiu, fomos chamados ao hospital, e lá a médica nos disse que tentaria uma manobra, e que as chances eram de 50% de dar certo. Ela permitiu que eu tocasse meu filho pela primeira vez após o nascimento, dizem que o amor cura, eu creio.

Pela manhã, a ligação mais temida veio logo cedo, muito medo de atender o telefone... Graças a Deus, boas notícias! Julian respondeu bem, mantivemos a fé e as orações.Pedia para todos que cruzavam meu caminho para orar pelo meu filho. Na segunda semana, a segunda intercorrência, por um problema de coagulação, meu pequeno teve sangramento intracraniano(avc) e consequência, hidrocefalia. Fomos informados de que ele passaria por uma cirurgia para colocar válvula DVE e depois DVP, meu mundo caiu de novo, muitas orações, muito medo... um bebe de 1,5 kg, passando tudo aquilo, mas a cirurgia foi um sucesso. Demorou para que o sangue fosse totalmente retirado do cérebro, e era assustador ver que ele tinha um cateter externo.

Passado um tempo, Julian começou a responder ao tratamento, ganhar peso, respirar sem tubo, a se mexer... aí, um belo dia ele resolve arrancar o cateter, mais uma cirurgia, ventriculite, nosso mundo caiu de novo, mas Julian é guerreiro, passou por mais essa. Conseguiu se curar das infecções, quando o dia da retirada da DVE chegou e ele colocou uma DVP.

Deu tudo certo, mas logo o neuro percebeu que o cateter estava mal posicionado, mais uma cirurgia. Completamos 100 dias na neonatal, quando finalmente, o dia da alta chegou e o medo de levar ele para casa com aquela válvula, junto com a felicidade de sair daquele hospital e ver o mundo, nem posso acreditar. Após isso, a válvula deu alguns problemas, passamos por mais algumas cirurgias, e graças a Deus, no dia 28/07/2023 foi a última vez que estivemos em um hospital. Julian é a alegria da casa! É uma vitória a cada dia. Julian completa 3 anos em 5 de abril. Tem sequelas motoras, mas vai à creche, faz fisioterapia, apronta, fica de castigo, inclusive, rsrs, vive, e hoje, nem posso acreditar em tudo o que ele passou. Meu milagrinho! Deus é maravilhoso!

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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