05 de Julho de 2013

Manuela Beatriz: uma surpresa que nasceu de surpresa!

“Após um longo tratamento de endometriose, no primeiro mês, sem eu esperar, veio a primeira grande surpresa. Eu estava grávida! Foi muito inesperado, um verdadeiro milagre! Comecei imediatamente meu pré-natal, sempre fiz todos os exames, e tudo ia muito bem na gravidez. Com menos de 4 meses, descobrimos que seria uma menina! Foi outra grande surpresa e alegria, meu filho Matheus ficou muito feliz ao saber que viria uma menininha.

Às 33 semanas, numa segunda-feira, fui fazer um ultrassom de rotina. O médico olhava e olhava as imagens, os dados, e disse que tinha algo errado, que se com 28 semanas ela pesava 1,100 kg, não podia estar pesando apenas 1,200 kg agora. Então começamos a nos preocupar. Ele fez um ecodopler e um cardiotoco, e tudo indicava que ela estava tendo restrição de crescimento, uma grande surpresa!

Ainda sem sabermos por quê, repeti os exames 2 dias depois, e tudo igual, um pouco pior os resultados. Na sexta-feira repetimos novamente e deu que a neném estava pesando 1,400 kg, o que ainda era pouco, pois um bebê dessa IDG deveria pesar algo em torno de 2,200 kg pelo menos. Pois bem, neste dia o resultado foi diástole zero na artéria umbilical, isso significou que era hora de interromper a gravidez, pois ela poderia entrar em sofrimento fetal. Internei no sábado, continuamos os monitoramentos e, no domingo (17/06/12), às 9h40min foi feita a cesárea.

Ouvi um chorinho fino, vi rapidamente seu rostinho vermelhinho, pequeno e redondo, e ela foi levada para UTI Neo. Eu passei muito mal no pós-parto, senti muita dor, então demorei a ir pro quarto, e só fui quando já havia passado o horário da primeira visita dela na UTI. Só meu marido foi vê-la às 14h3min e veio me contar, todo bobo, o quanto ela era linda, que parecia uma boneca, e que estava bem.

Eu fiquei me recuperando e aguardando chegar às 20h30min para vê-la. Enfim, fui conhecer minha princesa. Enquanto a observava, admirava, veio uma médica falar conosco, e começou a dizer que ela estava bem, que pesava 1,600 kg e media 39 cm. Ficou pouco tempo no respirador, graças a Deus, e perguntou: ‘vocês perceberam algo diferente nela? Nos olhinhos?’ Nós respondemos: ‘não, ela  é linda né!’ E a médica continuou: ‘então, nós achamos que ela é uma bebê sindrômica’. Olhei, olhei, ouvi, e pensei: hein?! Não estou entendendo?!

A médica perguntou se, na gravidez, não tinha sido detectado nada. Eu disse que não. E ela falou: ‘nós vamos coletar o cariótipo dela amanhã, é esse exame que vai confirmar a Síndrome de Down’. Pois bem, gente, essa foi, talvez, a maior de todas as surpresas. Minha filhinha, que veio de surpresa, nasceu prematura e é Down.

A primeira impressão foi o medo, o nervosismo, se ela teria problemas de saúde, como seria, enfim, muitas dúvidas pois era uma situação que nunca imaginamos. Nos dias que seguiram na UTI, os exames mostraram que ela estava bem, só tinha que engordar. Tinha cardiopatia, mas nada de grave, que seria acompanhado. Foram 20 dias na UTI, estivemos lá em todos os momentos. Com 15 dias ela começou aprender a mamar, tinha a dificuldade por ser prematura e por ser down, mas insistimos incansavelmente.

Foi pro quarto pesando 1,940kg, com 20 dias. Ficamos mais 10 dias no quarto, pois ela perdeu peso e tinha dificuldade em ganhar, e os exames de sangue não estavam dando bons. Sua imunidade estava muito baixa. Então, com 30 dias e pesando 2,050kg, fomos transferidas para outro hospital para ver sobre o problema no sangue. Sofri muito, chorei muito, queria ir pra casa com minha princesa e, como mais um milagre, no dia seguinte os exames deram ótimos! E tivemos alta! Graças a Deus!

O tempo foi passando e Manu conquistou o amor de todos, trouxe uma nova vida à nossa família. Com 2 meses, passou a fazer acompanhamento e terapias na APAE, e faz até hoje. Com 6 meses fez um cateterismo, com 7 meses a cirurgia cardíaca. Depois da cirurgia passou a engordar super bem e hoje já está com 10 meses. Ainda mamando no peito e se alimento super bem. Linda, cheia de saúde e vida, alegre, aprendendo a sentar, está firminha, e nossa família está muito feliz com todas as surpresas que Deus nos mandou!”

Fabiana, mãe da Manuela Beatriz

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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