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04 de Julho de 2013
João Guilherme: milagrinho do papai e da mamãe
“Meu nome é Valéria, tenho 37 anos, sou mãe de 3 meninos e o último nasceu prematuro de 35 semanas. Minha bolsa rompeu antes da hora e eu entrei em trabalho de parto com fortes contrações, mas desde o começo fui diagnosticada com risco de parto prematuro.
Meu filho nasceu pesando 2,488kg e medindo 44cm, com desconforto respiratório e máscara equimótica devido ao cordão umbilical estar enrolado no pescocinho dele. Sou de Uberaba-MG, mas aqui não tinha vagas nos leitos nas UTI NEO e ele foi para outra cidade que fica 113 km de distância daqui. E eu, como tinha feito uma cesárea de emergência, não pude acompanhá-lo pois não ganhei alta do médico. Meu esposo foi com ele e eles ficaram por lá durante 5 dias, que para mim foram os piores e mais longos de toda a minha vida.
A todo momento vinha em meus pensamentos a imagem dele com a sonda no narizinho na ala de neonatal do hospital de onde nasceu. Ficou desenganado por 72 horas e, de repente, começou a reagir, com a graça de DEUS! Curioso e lindo como de uma forma inexplicável, nós nos comunicamos pela primeira vez. Eu estava sendo levada para o quarto e já sabia que ele ia ter que ir para outra cidade, então pedi ao enfermeiro que me deixasse vê-lo antes dele ir. Quando eu ainda estava na maca o vi, ele estava dentro de uma cubinha de bebês custando a respirar, recebendo ventilação através da pediatra. Então eu pedi para baixarem a cortininha, eu o chamei e ele me olhou. Sei que não estava me vendo, mas me sentiu e fez biquinho de quando eles estão mamando. Nossa! Chorei 4 dias, dia e noite.
No 4° dia, meus seios empedraram e eu fui parar no Centro de Aleitamento Materno de minha cidade às 22h, com febre e com muita dor nos seios. Só me liberam às 2h30min. Lá, fizeram a ordenha para que eu conseguisse esperar até o outro dia, que foi quando meu filhote ganhou alta.
No dia que fui para Uberlândia buscá-lo, percebi que ele estava em dieta de leite artificial e que, apesar de eu ter muito leite, corria sérios riscos de ter que continuar em casa com essa mesma dieta, pois lá disseram que ele poderia rejeitar meu seio devido ao tempo que ele ficou sem. Lá mesmo, fui convidada a visitar o Centro de Aleitamento Materno e uma enfermeira muito atenciosa e dedicada me orientou o que deveria ser feito, e que poderia ser difícil, mas jamais impossível, meu João Guilherme vir a mamar só em mim. Retirou meu leite que já estava empedrando novamente, só que dessa vez com uma abençoada bombinha elétrica, retirou 80 ml de cada seio.
Saí de lá com uma receita de leite artificial mas jamais dei ao meu filho. Eu não me conformei com aquilo e no mesmo dia ele mamou muuuuuuito, graças a DEUS. Meu leite jorrava como se uma torneira estive aberta. Claro que deu fissura, mas fui orientada pelo Aleitamento Materno do plano de saúde a tomar muito sol pela manhã e de tardezinha, e passar somente meu próprio leite para secar as fissuras.
Então, no dia 10 de maio de 2012, pude levar meu milagrinho para casa. Foi uma alegria imensa, parecia sonho, não preguei os olhos naquela noite só fiquei a olhá-lo. Ele dormia muito, praticamente o tempo todo, mal ouvíamos chorar. E assim foram passando os dias...
Com 15 dias o João tinha ganhado 700 gramas, ele havia saído do hospital pesando 2,333kg. Com 1 mês e 15 dias, ele havia engordado 2,100 kg, isso mesmo, estava pesando 4,600 kg. Uma dádiva de DEUS ou, como o pediatra mesmo disse, um "MILAGRE DE DEUS"! Segundo ele, bebês que nascem no tempo certo costumam engordar 600g por mês e meu filho, por ser prematuro, se superou.
Hoje ele está com 10 meses e 17 dias e ainda mama em mim. Pesa 9,559kg e mede 73cm. Já come de tudo e ama suquinhos e, claro, o mamá da mamãe. Já dorme a noite toda, só acordando às 8h para mamar. Antes ele chorava, se contorcia de dores de cólicas, daí retirei o leite de vaca de minha dieta e notei super melhora.
Tinha princípio de refluxo, mas fez o tratamento certinho e hoje está sem crises, super espertinho e sorridente. Porém, ainda não se levanta sozinho, não engatinha e não gosta de ficar de bruços. Mas a pediatra disse que é assim mesmo, tenho que respeitar o tempinho dele e ser paciente e presente.
Meus filhos todos mamaram em mim: o de 13 anos até 6 meses, o de 6 anos até 4 anos, e este pretendo amamentá-lo até quando ele quiser. Não podemos nunca desistir, pois o nosso leite é super importante e contém exatamente tudo que nossos filhos precisam, ainda mais se forem bebês prematuros! JOÃO GUILHERME, NOSSO MILAGRINHO, É TAMBÉM UM GUERREIRINHO. Hoje super alegre e ativo. Valeu a pena cada segundo de angústia e dor para chegar hoje aqui e relatar a vocês o quão feliz e realizada estou com a presença e garra do meu filho caçulinha.”
Valéria, mãe do João Guilherme