05 de Junho de 2012

Histórias Reais | A batalha e a vitória da pequena Alyce


     Querida Érika, obrigada pela história e pela paciência!!! Recebo muitas histórias e nem sempre consigo me dedicar ao blog quanto eu gostaria, por isso peço desculpas pela demora em publicar a tua história (e a de outras mães também). Por favor, tenham paciência comigo! Mãe de 2 pequenos, dona-de-casa, nutricionista, blogueira... afff!

     Mas aí está: com muita honra, apresento esse relato emocionante da mamãe Érika sobre como foi a chegada de sua pequena Alyce. Boa leitura!!!

"Foi com 32 semanas, no dia 02 de fevereiro acordei e fui lavar roupa. Estava tendo contrações de BH (Braxton Hicks) há varias semanas, mas bem poucas e a médica disse que era normal, desde que fossem poucas por dia e não doesse e nem sangrasse.

     Mas nesse dia (02) estavam mais frequentes, tipo a cada 5 a 10 minutos. Fiquei com a pulga atrás da orelha e resolvi parar de lavar roupa e deitei. Logo começou uma cólica. Pouca, mas fiquei assustada pois passei a gestação inteira sem sentir nada, nem enjôo senti. Liguei pra minha médica e ela pediu pra eu ir no médico aqui na minha cidade (moro no interior e minha ginecologista é na capital, há 80km). Fui no médico e minha pressão estava alta, mas acho que devido à ansiedade, pois ela ficou boa a gravidez inteira também. As contrações tinham parado, mas mesmo assim o médico ficou me avaliando por mais de 10 minutos enquanto conversava comigo e com meu marido. Me deram um buscopan na veia, fui para casa e fiquei em repouso absoluto!
À noite, estava deitada e senti que tinha algo estranho. Levantei pra ir ao banheiro e senti um liíuido descer, mas bem pouco mesmo. Fiquei super assustada! Liguei pra minha médica de novo e ela perguntou se eu podia ir pro hospital no dia seguinte, se não sentisse mais nada, mas que aquilo não parecia ser a bolsa. Mas eu queria ir na mesma hora! Nós sentimos quando tem algo errrado! Então ela disse que eu podia ir. Isso era umas 22h.
Cheguei lá umas 23h30 e uma plantonista me avaliou. Eu ia ficar internada pois minha pressão estava bem alta. Ela fez o toque e disse que achava que minha bolsa tinha rompido, mas que tava saindo bem pouco líquido e iria ver como eu passava a noite.
Estava morrendo de medo, mas ela disse que dependendo da ultra que eu iria fazer no dia seguinte, talvez desse pra segurar mais algumas semanas... ledo engano...
À noite saiu mais um pouco de líquido e na ultra deu que o líquido tinha diminuido um pouco: o normal era 8 e o meu tava 7, mas se fosse só isso dava pra ir levando, tomando bastante água e soro. Porém, minha pressao não baixava e minha médica mandou fazer uns exmes pra ver não era pré-eclâmpsia.
À tarde, no dia 03, ela apareceu e disse que o exame tinha dado negativo pra pré-eclâmpsia, mas que tinha dado uma infecção muito forte no útero ou no líquido, não me lembro mais... E para não correr riscos tinha que tirar a bebê logo. Meu mundo caiu literalmente!!! Ela disse que iria reunir a equipe dela e conseguir uma vaga na utI pro dia seguinte.
E às 11h10 do dia 04 minha Alyce nasceu,com 1.875kg e mais ou menos 40 cm (eles não mediram, mas foi isso que deu na ultra do dia anterior), apgar 8/9. Chorou forte mas estava com desconforto pra respirar. Enquanto esperava a ambulância pra levá-la pra outro hospital onde tinha conseguido a vaga na UTI ela ficou do meu lado no bercinho aquecido, mais ou menos uns 40 minutos. Ela ficou do meu lado, respirando sozinha com um arzinho do lado pra ajudar. Assim que levaram ela, meu marido foi junto e fui pro quarto.... Foi horrivel ficar sem ela do meu lado, mas eu sabia que era necessário. Já colocaram antibiótico nela por precaução antes de sair o resultado do exame, e quando saiu o resultado, não podia ser pior: ela tinha pego infecção.
Ela ficou 4 dias dias em tratamento, mas não estava resolvendo. A boa notícia era que não tinha dado febre, estava só no capacete pra ajudar na respiração.
Mas no quarto dia ela teve uma piora eu não pude ir vê-la nesse dia, mas a minha irmã foi e disse que a medica não estava confiante e não deu esperanças... Mudaram o antibiótico e tudo dependia da reação dela nos próximos três dias. Colocaram ela no respirador (CPAP) e PICC, um catéter para aplicar o remédio mais facilmente.
Mas minha menininha demonstrou que é uma verdadeira guerreira e com 3 dias ela começou a reagir! Tiraram o CPAP e ela ficou respirndo sozinha desde então. Com 8 dias na UTI e 4 depois da mudança do remédio já liberaram a dieta e começaram com alimentação na sonda com 10 ml. No outro dia ja começaram com a chuquinha e ela sugou de primeira! Ela ficou com sonda e chuquinha até o décimo segundo dia de UTI. No 13°, quando fui visitá-la, estava indo direto pra incubadora onde ela ficava e a enfermeira me chamou e disse que ela não estava mais lá. Passei direto pelo meu bebê, que estava no bercinho aquecido, toda embrulhadinha... Nossa, fiquei tão feliz!!! Ela estava sem sonda e dormindo que nem um anjinho...
No outro dia (14°) fui visitá-la e não a vi no bercinho... Perguntei à enfermeira, já morrendo de medo da resposta... mas pra minha surpresa, ela tinha saído da UTI e tinha ido pra unidade semi-intensiva, onde eles ficavam pra aprender a pegar no peito. E lá eu poderia ficar com ela das 8 às 17h!
Ela ficou na unidade semi-intensiva por 2 dias e logo fomos pro apartamento... e a partir daí ficamos juntas! Teve um pouco de dificuldade pra ganhar peso, mas mamava bem.


     Com exatos 25 dias após o nascimento, e dez no apartamento, viemos pra casa!!!


     Hoje ela está ótima, mama super bem e tá ganhando peso! No teste do olhinho a medica disse que nem parecia prematura. 

     Resumindo: foram 13 dias de UTI, 2 de UTI semi-intensiva e 10 de apartamento. Chegou a pesar 1.5kg, mas saiu com 1.820kg."

     Érika Kariny, mamãe da Alyce Pereira Rodrigues.



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