"No dia 28 de fevereiro de 2010 desceu minha menstruação. Pressenti que havia algo errado. Era uma quarta-feira, e o sangramento foi bem pequeno. Já na sexta, fui fazer um exame de sangue, no sábado meu pai me acompanhou para buscar o resultado, e... positivo! Foi o dia mais feliz da minha vida! Eu estava grávida! Liguei para meu marido e contei a notícia, do outro lado da linha ele pulava de alegria. Para todos eu contava da gravidez, tamanha a minha felicidade. Nos primeiros 5 meses, tive uma gravidez tranquila, apenas os enjôos, o que era normal. Um dia fui acompanhar minha irmã à ginecologista, que também era minha obstetra, e ela resolveu aferir minha pressão. Começava, então, minha luta.
A pressão estava 15/10 e eu estava muito inchada. Fui encaminhada diretamente para o pronto-socorro e, após a medicação, com a pressão 12/6, fui liberada. A partir desse dia, era mais no hospital do que em casa. Fui internada por 3 vezes. Não conseguia andar direito de tão inchada que ficava. Quando engravidei, pesava 50kg. Neste período já pesava 77kg. No hospital, monitoravam minha pressão e nada de baixar.
Na véspera do dia dos pais, à noite, senti meu rosto queimar, como se fosse uma tocha de fogo. A enfermeira aferiu a pressão mas não me disse quanto estava, apenas que ia chamar um médico. A partir daí começaram os sintomas: vômito, dor de cabeça e meu rosto ainda queimando. Às 3 da manhã fui levada para o centro cirúrgico. Chamaram meu marido para me acalmar, mas nada da pressão baixar. Achei que minha princesa nasceria aquele dia, mas por fim a pressão baixou e conseguimos postergar o parto.
Duas semanas depois, no dia 31 de agosto, fui fazer uma dopplerfluoxometria e o médico me orientou a ir para o hospital, pois estava praticamente sem líquido e minha pequena estava em sofrimento. No hospital, após outra doppler, soube que realmente teria que fazer um parto de emergência. Às 17h30, minha pequena nasceu com 765 gramas e 31,5 centímetros. Quando o pediatra a trouxe para dar um beijo, chorei, mas ela não. Era muito pequena e frágil... Minha irmã foi avisar meu marido que a Yasmin tinha nascido. Assim que chegou, ele pode cohecê-la, já na UTI, enquanto eu estava na observação. Só pude ver minha filha no dia seguinte, pois eu ainda não conseguia andar por causa da cesárea.
Quando entrei, na visita das 21h, vi aquele serzinho tão pequeno, ligada a todos aqueles aparelhos, eu chorei. Mas fui forte, pois sabia que Yasmin era uma guerreira e iria sobreviver. Ela era muito ativa, não parava de balançar as perninhas!
Foram 95 dias de UTI Neontal. Passou um mês entubada, uma semana com CPAP, teve 2 apneias, ficou dez dias sem fazer cocô... Os pediatras até achavam que teriam que operar seu intestino, mas graças a Deus, não precisou! ela teria q fazer uma cirurgia do intestino... mas graças a DEUS nao precisou!
Com 2 meses de vida pude pegá-la pela primeira vez no colo! Nossa! Aquele momento foi tudo para mim! Sentir seu cheirinho, seu calor... neste dia Yasmin já pesava 1,400 quilos. Daí por diante foi só alegria! Foi para o bercinho, começou a mamar no peito, mas eu tinha muito pouco leite e a fono me pediu para dar mamadeira, pois ela fazia muito esforço e não tinha leite o suficiente para alimentar minha filha. No dia 5 de dezembro, minha filha teve alta com 2,290 quilos e 42 centímetros.
Hoje ela está com 1 ano e 9 meses e tem retinopatia da prematuridade. Levei-a em um retinólogo mas ele disse pra eu agradecer a Deus pois a doença não progrediu! Ela enxerga até um mosquitinho no ar e tenta pegar....(rsrsrs). Graças ao bom Deus!
Está pesando 8 quilos e 76 centímetros... já anda fazem 3 meses e meio e fala algumas palavras!!!"
Daiane Mendes, mãe da Yasmin.