16 de Outubro de 2024

Gregório

Me chamo Beatriz e a minha gravidez foi muito difícil, com problemas em todos os aspectos da minha vida e muito estresse. Na minha primeira gestação eu tive pré-eclâmpsia e o meu bebê faleceu com 30 semanas, ele estava abaixo do peso e por causa da pressão a placenta já não funcionava bem há algum tempo, mas eu não percebi. Nessa minha segunda gestação, eu fiz tudo diferente da primeira desde do meu positivo, eu me preocupei demais. Vários ultrassons, exames, consultas, tomava vários remédios por dia, monitorava a pressão, o percentil, cortei o sal, tinha que prestar atenção toda hora aos movimentos do bebê. Fiquei internada duas vezes por conta da pressão alta e plaquetas do sangue baixas, uma 11 dias e a outra vez 6 dias. Com 34 e 2 decidiram que seria melhor ele nascer logo do que continuar dentro da barriga, porque lá dentro estava ficando mais perigoso do que aqui fora. Ao longo da minha gravidez ele estava se devolvendo bem, saudável e com um bom peso apesar de todos os meus problemas de saúde e de que eu tinha toxoplasmose desde a minha primeira gestação. Induziram o parto e depois de dois comprimidos ele nasceu, dia 21 de setembro, o dpp dele era 31 de outubro.

Não precisou ficar entubado e já ficou comigo, mas não conseguia mamar, não sabia fazer o movimento de sucção e depois de muita preocupação e tentativas fracassadas, finalmente resolveram dar fórmula pra ele em um copinho. Não tomou praticamente nada do colostro e até hoje com quase um mês ele não consegue mamar direito como os outros bebês, demora muito para pegar o peito e com muita ajuda minha e quando pega mama um pouco e já solta. Estou complementando com fórmula, e continuo tentando amamentação exclusiva, mas não sei se conseguirei. Ele nasceu com 2.295 kg e perdeu peso, foi para 2.100 kg e eu estava muito preocupada, agora na consulta de 45 dias que verei se agora finalmente ele ganhou peso. A maternidade nem sempre acontece como a gente sonha. Eu não imaginava que ele nasceria prematuro, tão fraquinho e delicado, pensei que nasceria com pelo menos 3,500 kg, porque pelos ultrassons era assim que ele ficaria caso nascesse a termo. Não comprei mamadeira porque achava que não precisaria usar e nem bombinha para os seios. Nem sempre é do jeito que a gente quer, mas mesmo assim é uma jornada que cada dificuldade, desafio e dor vale a pena. Nunca mais quero engravidar novamente, mas pelo meu bebê, pelo meu Gregório eu passaria por todo aquele sofrimento de novo e de novo.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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