04 de Setembro de 2023

Esaú de Jesus, meu milagre, meu renascer

Desde a infância sempre tive o sonho de um dia ser mãe. Depois de dois anos de tentativas, quando achava que não poderia gerar, veio o positivo. Uma grande alegria para mim e meu marido. A gestação sempre foi ótima, nem enjoo tive. Até que no sétimo mês começaram a aparecer problemas, o bebê com o peso baixo e conseguimos recuperar, parecia estar tudo bem até eu ter uma infecção estomacal e ao ir checar na ultra se meu bebê estava bem, descobri a hipertensão gestacional e uma grave restrição de crescimento nele. O percentil que deveria estar em 10, estava em 1,98. Com uma semana fui encaminhada para natal RN, capital do meu estado, e com dois dias de internação num cardiotoco pela manhã, meu filho estava em grave sofrimento fetal, o coração já estava parando de bater, fui pra uma cesárea de emergência.

Nasceu o meu amor maior com 34 semanas, 1720 kg (chegou a 1500) e 36 centímetros. Foi para o cpap e encaminhado para a UTI, só fui pegá-lo no outro dia, quando o vi já estava sem cpap; usou apenas por 20 horas Como eu sofri recém cirurgiada e com uma angústia enorme por não estar com meu filho do lado, enquanto fui posta em uma sala com mães que estavam com seus bebês todos nascidos de tempo e saudáveis. Quando eu dizia onde o meu estava, agiam como se ele fosse morrer. De primeira consegui amamentar, com 5 dias para glória de Deus recebeu alta e passamos mais 15 dias na ala canguru para ele ganhar peso. Ao todo passou a estadia quase toda no hospital de sonda, um dia antes de irmos embora foi retirada e ele ganhou peso bem só no peito. Nunca esquecerei aqueles momentos e o quanto Deus fez por nós, criei um instinto protetor imenso depois disso e hoje eu e meu filho carregamos a bandeira da prematuridade, o quanto é importante falar sobre ela.