08 de Fevereiro de 2019
Eduardo, um verdadeiro guerreiro
"Planejei minha segunda gestação com meu esposo e, no segundo semestre de 2015, veio a feliz notícia da terceira gestação (perdi o primeiro bebê) após alguns meses tentando. Logo após o Natal, descobrimos que um menininho viria para alegrar ainda mais nossa vida e sim teríamos um casal (tenho uma filha 4 anos mais velha). Tal notícia inundou nossos corações de tanto amor! Resolvemos viajar para praia em um final de semana prolongado, e, durante essa viagem, eu tive um sangramento intenso. Foi necessário ir ao Pronto Socorro de Santos, onde fui prontamente atendida e internada de repouso absoluto. Após realização de um ultrassom, foi detectado placenta prévia. Pois bem, fiquei 3 dias internada e solicitei transferência para minha cidade de origem, visto que sou Enfermeira Obstetra e me sentiria muito mais segura em estar no hospital que atuava com a equipe que trabalha e confiava.
Consegui a transferência, fui transportada de ambulância, fiquei 2 dias internada fazendo outros exames que diagnosticaram descolamento de placenta parcial e que seria necessário realizar a cesareana devido o Eduardo estar em sofrimento fetal. Realizamos alguns procedimentos antes do parto como injeções de corticoides e sulfatação para neuroproteção do bebê, procedimento que, cá entre nós, causa sensação de morte, mas era válido e necessário para que tudo ocorresse bem. Desde o momento em que recebi a notícia que meu filho nasceria antes da hora, parece que Deus me preparou tanto que falei "faça o que for melhor para nós, principalmente para ele". Fiquei tranquila, apesar da situação, e hoje acredito que essa tranquilidade foi de extrema importância para recuperação do Eduardo.
Então, no dia 26/03/16, sábado de Aleluia, às 11h nasceu meu guerreiro, com 27 semanas. Guerreiro sim com todas as letras, pesando apenas 695 gramas e 31cm. Precisou ser entubado no momento do nascimento e, antes de levá-lo a UTI Neo, levaram na incubadora de transporte ainda dentro da sala operatória para eu vê-lo. Foram 4 meses de internação, 90 dias entubado, várias transfusões sanguíneas, infecções, 2 cirurgias, pneumonia. Enfim ele foi para casa, que luta e que vitória!
Quem já teve a oportunidade de ler o texto como as mães prematuras são escolhidas sabe o que é ser escolhida por Deus para enfrentar um momento tão angustiante e fora do esperado como um filho na UTI. Eu fui escolhida sim! E hoje tenho a oportunidade de contar sobre a linda história do Eduardo e poder ajudar outras mães. Obrigada, Deus, por essa vitória alcançada na vida de nossa família!"
(relato da mamãe Michela Sampaio Sigrist, enviado em 2018)