03 de Fevereiro de 2016

Domênica: pequena, frágil e perfeita

"Minha filha foi um bebê muito planejado e esperado. Porém, uma gestação delicada antecipou a chegada desse anjo.

Comecei a perceber um aumento da minha pressão arterial e edemas pelo corpo com 20 semanas de gestação. Na 22ª semana, fui internada com diagnóstico de pré-eclâmpsia, apavorada!

Com 24 semanas, 550 g e 24 cm nasceu a nossa Domênica! Um bebê iluminado.

Lembro-me exatamente do momento em que conheci a minha filha, tão pequena, tão frágil, mas tão perfeita. A dor de ver aquele ser indefeso com o corpo repleto de fios, eletrodos, cateter, sonda para alimentação, tubo de respiração artificial, foi algo inexplicável. Sabemos que ela ainda perdeu peso ao nascer, mas nunca soubemos seu peso mínimo. Na verdade, nem queremos saber.

Lutar por ela era tudo que podíamos fazer. Tratei de “produzir” leite materno e esgotá-lo de 3/3 horas, 24h por dia.

Meu marido e eu passamos nossos dias ao lado da incubadora, de pé, conversando, cantando e acariciando nossa filha: manhã, tarde e noite, todos os dias. Os dias bons, os ruins, todos. Nosso coração estava dentro daquela incubadora. Batendo forte.

E, por 5 meses, sofremos as intercorrências de um prematuro extremo na sua essência. Quedas de saturação diárias, convulsões, cirurgia cardíaca de PCA, 2 infecções pulmonares e hemorragia cerebral grau II.

Depois de ler muito e ouvir diagnósticos das mais diversas especialidades, sabíamos da probabilidade de termos uma filha especial em função de possíveis sequelas da prematuridade extrema. Cheguei a aceitar as limitações no meu coração, meu amor em nada mudaria.

Mas lá no fundo do meu coração sempre acreditei que a Domênica teria forças para superar cada um dos obstáculos que a vida apresentou pra ela.  E, de fato teve!

Ao todo, passamos 7 meses no hospital: 5 meses de CTI Neo, 2 meses de quarto. Foram 99 dias entubada, 5 dias de Cpap, 9 ½  meses de cateter de O2, 7 meses se alimentando via sonda (de leitinho da mamãe ) e enfim, a alta!

Lá fomos nós, emocionados, para casa para sermos de fato "pais". E, a partir deste momento, os passos foram todos para frente! A Domênica permaneceu usando O2 até completar 1 ano e 1 mês, ainda que um soprinho (0,25 litro de O2). Iniciamos o desmame com 1 ano.

Hoje, nossa filha é uma menina doce, inteligente, esperta, ativa, risonha e feliz. E, contrariando as estatísticas, Domênica não apresenta qualquer sequela. A hemorragia foi 100% absorvida. Seu desenvolvimento está de acordo com a idade corrigida.

Atribuímos o sucesso do desenvolvimento dela a alguns fatores: Amor, leite materno, hospital e equipe médica/enfermagem. E o principal: Fé em Deus.

Nós vencemos e vencemos juntos! A Domênica é o milagre de Deus que tivemos a honra de presenciar nesta vida. Que missão a dela, não? Especial é pouco.

“E tudo o que perdirdes em oração, crendo, o recebereis”. Mateus 21.22

Agradecemos a Deus e aos nossos familiares, amigos e equipe médica e de enfermagem do Hospital Virvi Ramos de Caxias do Sul, RS."

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Carla, mãe da Domênica

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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