23 de Outubro de 2013
Bernardo: o amor da mamãe Mônica
“Desde que conheci o Prematuridade.com, quis compartilhar também minha história, porque acho que finais bem sucedidos devem servir de referência para quem passa agora por uma UTI Neonatal. A história da minha segunda gestação começou a sair do normal quando olhei minha pressão e ela estava 14/9. Era o início silencioso de uma pré-eclâmpsia. Nesta época, estava apenas de 28 semanas.
A pressão não mais se controlou, apesar do uso de medicamentos, repouso absoluto e comida completamente sem sal. Minha médica me pediu uns exames e um ultrassom e, quando fui mostrar os resultados, saí de lá direto para o hospital. Ela me disse que não havia mais tempo e que as chances de vida do meu bebê eram aqui fora. Fui transferida no dia seguinte para Juiz de Fora, onde havia UTI Neonatal. Estava agora com 31 semanas.
Ao raiar do dia, o Bernardo nasceu. Vi ele passando pelo meu lado esquerdo, no colo da pediatra, na posição fetal, todo emboladinho. Ele não chorou! Continuei rezando e prestando atenção em tudo. Com os procedimentos feitos pela pediatra, ele deu um miadinho, parecia um gatinho novo acabando de nascer. Trouxeram ele perto de mim, dei um beijo na sua testinha, o abençoei e pedi à Nossa Senhora que o protegesse. Ele seguiu imediatamente para a UTI. Pesava 1,340kg e media 38cm, era muito pequenino, na estatura, porque na força e na vontade de viver mais parecia um gigante.
Ele demorou muito para aprender a respirar sozinho, teve infecção, tomou antibióticos. Teve também hemorragia intracraniana
, tomou um anti-convulsivo que se acumulou no seu organismo e o fez ficar completamente hipoativo. Eu entrava e saía da UTI e ele permanecia na mesma posição. Aquilo me consumia muito, porque os médicos não sabiam se era por conta do remédio ou se era algo a mais com ele. Sofri muito durante aqueles dias.
Certa vez, quando estava com ele (sempre conversava, rezava e cantava pra ele), de repente ele começou a se espreguiçar todo como se estivesse acordando de um soninho gostoso. Na mesma hora comecei a chorar e chamei a médica de plantão, que chorou junto comigo, ela estava grávida e disse que se emocionou com a minha alegria (e eu me emociono até hoje!).
Ele passou 40 dias na UTI. Um dia ganhava peso, no outro perdia, cada grama era comemorada com muita alegria. Demorei 22 dias para segurar meu filho nos braços pela primeira vez, mas, quando aconteceu, foi um momento tão maravilhoso que jamais esquecerei. Sentir o seu calor, seu cheirinho, sua mãozinha tão pequenina me tocar, nunca, nunca me esquecerei daquele momento.
Quando ele teve alta do hospital, pesando 2,020kg, foi um dia inesquecível. Poder levar meu bebê pra casa, onde a gente tinha preparado tudo com muito carinho, foi mágico! Deus foi MUITO bom conosco! Repetimos exames de vista, ouvido, ultrassom da moleirinha, fizemos fisioterapia 1 vez por semana e ele cresceu sem nenhuma seqüela. Rapidamente já estava no peso ideal para a idade, ele se recuperou muito bem.
Meu marido foi formidável! Não me abandonou um minuto sequer. Minha filha mais velha, que na época tinha 6 anos, se comportou como uma mocinha. Minha mãe e minha família foram de uma importância única, o que acaba por aliviar o peso do fardo, porque ele é compartilhado. Hoje o Bernardo é a criança mais feliz que eu já vi na vida! A mamãe te ama muito!!!”
Mônica, mãe do Bernardo
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