18 de Fevereiro de 2014

Bernardo: forte como um urso

“Descobri que estava grávida na 4ª semana de gestação. A partir daí, comecei a fazer o pré-natal, estava tudo em perfeitas condições, até que, na 27ª semana, na madrugada do dia 06 de dezembro de 2012, às 4 horas, a minha cama "alagou". Eu estava dormindo e a minha bolsa estourou do nada! Acordei o meu marido e corremos para o hospital, despreparada. Me colocaram logo no soro, tomei 2 injeções para fortalecer o pulmãozinho do bebê e esperei a minha obstetra chegar para ver o que faria.

Fiz uma ultrassonografia e o bebê estava com pouquíssimo líquido, mas a doutora preferiu esperar mais um dia para que desse tempo de eu tomar mais uma dose da injeção, pois o pulmão do bebê ainda não estava totalmente formado. Fiquei de repouso absoluto e, no dia seguinte, não dava mais para esperar.

Às 21 horas, o meu Bernardo veio ao mundo, pesando 1,090kg e medindo 37cm. Prematuro extremo, não pude tirar a tão sonhada foto na hora do parto, pois, por ter sido emergência, não deixaram o papai assistir! Eu mal pude ver o rostinho dele, foi muita correria no centro cirúrgico. Embrulharam o meu bebê e o levaram para a UTI Neonatal. Passei a madrugada sem vê-lo, mas, na manhã no dia seguinte, fui ver o meu presentinho, e me deparei com ele todo enfaixado, cheio de tubos, fios e aparelhos ligados, apitando alto. Fiquei desesperada.

Conversei com alguns médicos e todos eles me desesperançaram, pediram para eu não criar expectativas por ele ser um bebê tão pequeno. Uma médica chegou a dizer que ele mostraria se viveria ou não no 3º dia de vida, porque ele se sentiria fora da barriga, e, justamente no 3º dia, o meu bebê apresentou uma hemorragia pulmonar e teria que fazer transfusão de sangue. Fui arrasada para casa, só sabia chorar. Nesse dia, orei muito a Deus e contei com os abraços da minha mãe e do meu marido. O sofrimento era grande, não tive resguardo, os meus pontos inflamaram, o meu psicológico estava abaladíssimo, sentia muitas dores, porém, a maior de todas elas era saber eu pequeno estava entre a vida e a morte.

No dia seguinte, quando voltei à UTI, senti aquela pressão no peito, senti muito medo de entrar por aquela porta e receber uma notícia ruim. Mesmo tendo muita fé, a gente fica com a pior das sensações dentro da gente. Quando entrei, procurei logo sua incubadora e ele estava lá, lindo. Conversei com um médico e ele disse que o Bernardo estava evoluindo bem, apesar de estar tratando uma pneumonia com antibióticos. Ele também tomou algumas doses de surfactantes nos primeiros dias, teve várias paradas respiratórias, ficou intubado e no CPAP por bastante tempo. Tudo foi muito demorado, mas produtivo, em vista que o meu filho estava pegando peso e lutando muito pela vida.

Depois de mais de 1 mês internado, finalmente peguei no colo a minha preciosidade, tão frágil e indefeso. Não quis mais largar, mas tinha o horário de dar tchau e era mais uma dor. Ficamos nesse sofrimento 68 dias, dias de dúvidas, emoções, tristezas e fé.

Eu pedia a Deus todos os dias que tirasse o meu filho daquele lugar com vida e saúde e Ele ouviu a minha voz. Sou muito grata, primeiramente a Deus, aos médicos e enfermeiros, ao meu marido e a minha mãe por terem participado arduamente dessa situação me dando força e atenção. Sou grata também a todos que de alguma forma nos ajudaram, parentes, amigos e ao site Prematuridade.com, que muitas das vezes, o que me esperançava era ver a vitória desses pequenos guerreiros. Bernardo significa: Forte como um Urso. Hoje, dia 07 de dezembro, ele completa 1 aninho para honrar o nome do Senhor, meu milagre divino."


Ana Carolina, mãe do Bernardo

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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