01 de Maio de 2013

Asaph, o milagre da mamãe Thays


Querida Thays: que bom saber que o site ajudou num momento delicado. Obrigada pelo carinho, pela história e muita saúde pro teu pequeno príncipe! Beijão!

"Estava com 26 semanas , quando me aborreci em meu trabalho, o que provocou o aumento da minha pressão arterial. Cheguei à médica e ela disse que a pressão estava 16 x 11, e como minha pressão foi sempre muito baixa, aquele valor já estava me fazendo mal. Então, fui encaminhada a fazer um ultrassom para saber se não me enquadrava em um caso de eclâmpsia.

Pouco tempo depois fiz o ultrassom e uma artéria já estava obstruída. A placenta estava com duas incisuras. Foi então que voltei a minha ginecologista e ela me deu o prazo de 15 dias para fazer o parto, pois o bebê já estava centralizado e em sofrimento fetal.

Eu voltava na clínica para fazer ultrassom, dia sim, dia não. Era um tremendo sacrifício para os meus pais, familiares e amigos, que tanto me ajudaram. Sofremos todos juntos. Eram muitas medicações para segurar o bebê, abaixar a pressão arterial, me acalmar e para as dores que sentia. Além de muito repouso absoluto.

No dia 04 de abril de 2012, voltei para fazer o ultrassom e o caso tinha piorado. Eu estava extremamente inchada e com muitas dores. Liguei para minha médica e no período da tarde parti para a maternidade para ter meu bebê. Eu estava com um enorme nervosismo, mas algo dentro de mim, minha fé em Deus me dizia que meu filho não iria morrer, que ele iria sobreviver e crescer saudável. Então, fui para o centro cirúrgico e estava segura.

Minha mãe entrou comigo por ser da área da saúde, e às 18 h e 6 minutos da tarde ouvi um choro muito forte que chegou a emocionar todos que estavam dentro daquela sala. Um choro que proclamava vida, força, fé e que dizia: "eu estou bem e vou vencer". Meu bebê nasceu com 30cm e 780g e chegou a pesar 700g.

Logo depois, meu marido foi vê-lo e um médico deu 10% de chance de vida a ele. No dia seguinte fui vê-lo pela primeira vez. Eu estava muito fraca, desmaiava toda hora, tinha convulsões. Mas naquele momento em que o vi pela primeira vez, percebi o quanto ele era pequenino e com a pele frágil de dar dó. Era tão magrinho. Eu vi o quanto ele precisava de mim e de Deus.

Depois de 4 dias tive alta e foi difícil sair da maternidade sem ele e chegar em casa sem ele. Sofri muito, mas pensava que tinha que ser forte para passar força para o Asaph. Mal tive resguardo. Eu só pensava em ficar ao lado do meu bebê. Todos os dias eu entrava no Prematuridade.com, e todas as histórias que eu lia me ajudavam a ter fé e passar por aquele momento difícil. Por isso, agradeço muito a vocês do Prematuridade.com.

Os dias se passaram e logo depois de 2 semanas tiraram o CPAP dele. Ele já respirava sozinho, foi um grande milagre. Todos na UTI ficavam maravilhados como uma criança de apenas 800 e poucas gramas, respirava sozinho. Então, nossos dias naquela UTI eram apenas de espera até ele pegar peso, porque ele não teve complicações. Eu não deixava de ir um dia sequer. Ficava na UTI das 10h às 19 h, cantava para ele, orava e tudo mais.

Quando ele fez 1 mês de vida, pude pegá-lo pela primeira vez para fazer o método canguru com ele. Foi um dos dias mais felizes e emocionantes da minha vida. E que coincidia também com o meu primeiro dia das mães ao lado do meu pequeno príncipe (como eu o chamava).

Logo perto de irmos embora, quando ele já estava quase atingindo os 2 kg, uma enfermeira foi medicá-lo. Ele já estava em medicação oral quando, de repente, a seringa deu pressão, ela forçou e meu bebê se engasgou. Na hora ele ficou roxinho, teve uma parada na minha frente e demorou a voltar. Fui para fora da UTI e só pedia a Deus que não levasse meu príncipe. Depois de 2 minutos, ouvi seu chorinho! Não houve mais danos, ele voltou para incubadora e para o CPAP - só até o fim daquele dia - e quando cheguei no dia seguinte, ele estava bem.

Ficamos mais algumas semanas e ele voltou para o bercinho. No domingo, dia 03 de junho, liguei para saber quanto ele estava pesando. Com uma ansiedade tremenda, havia pedido a Deus para que ele ganhasse as 60 g que precisava para ir embora. A Dra respondeu que ele já estava pesando 2 kg! Foi o dia mais feliz de minha vida.

No dia seguinte, cheguei à UTI com a malinha dele e já entrei chorando e quando o vi. Agradeci a Deus e disse para que havia chegado a nossa hora, que iríamos embora. Durante aqueles 61 dias na UTI, vi muitos bebês indo embora e sempre pensava quando chegaria meu dia. Arrumei ele, e saí dali e deixei algumas amigas que fiz naquele lugar. Emocionamos-nos juntas.

Hoje, Asaph está com 10 meses. Já quer falar, engatinha e se debruça nas coisas. Se levanta sozinho, é muito esperto! Mexe em tudo! Eu tenho que tirar tudo da frente e por protetor nas tomadas. Graças a Deus, eu o entreguei ao Senhor desde o meu ventre. A apresentação dele na igreja também foi muito emocionante. Meu filho é um verdadeiro MILAGRE de Deus.

É impossível lembrar-se de tudo isso e não me emocionar. Posso dizer que Deus é fiel e que até aqui Deus tem nos ajudado. Amo ser a mamãe do Pequeno Príncipe Asaph.

Com carinho,"

Thays, mãe do Asaph.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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