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24 de Junho de 2013
Arthur: alegria da mamãe Rachel
“Em 2008, eu e meu esposo começamos a tentar ter um filho, afinal, já estávamos casados há algum tempo e eu já estava finalizando minha faculdade de fisioterapia. Fiz todos os exames solicitados, tomei vacinas, e comecei com o ácido fólico, conforme orientações da minha médica. Após 1 ano, ela achou estranho eu ainda não estar grávida, foi então que ela me encaminhou para um especialista. Realizei exames novamente e acusou útero septado. Fiz duas cirurgias para correção e a gravidez, a partir daquele momento, era uma questão de tempo.
Assim foi, pois em 29 de março de 2010, confirmei minha gestação que já estava com 5 semanas. Minha primeira ultra com 8 semanas acusou um início de aborto. Liguei para minha médica, fui medicada e posta em repouso por 2 semanas. Ufa, tudo resolvido.
Durante as semanas seguintes, tudo transcorria super bem. Fazia hidroginástica com a autorização da minha médica, me alimentava bem, e meu pequeno anjo se mexia muito. Bom, no dia 18 de outubro de 2010, tive uma consulta precisamente às 20h, em que ela me examinou e disse que estava tudo bem, que a gente se veria na próxima semana. Conversamos sobre o parto natural, que era o que eu desejava, então eu e meu esposo fomos para casa tranquilamente (minha irmã já estava morando conosco para nos ajudar quando o Arthur chegasse).
Quando foi 5h da manhã, comecei a sentir umas contrações mas pensei comigo, são apenas contrações de ensaio, me virei de lado para aliviar e nada. Sentei-me na cama e pensei ‘nossa, como pude segurar tanto a urina’, fui ao banheiro, urinei e retornei para a cama. Em menos de 5 minutos senti novamente vontade de urinar. Sentei na cama e vazou na calcinha, pensei no meu silêncio ‘estou mesmo apertada de novo’, e quando me levantei, ao chegar na porta do meu banheiro, desceu aquela cachoeira. Chamei pelo meu esposo e avisei que minha bolsa havia rompido. Ele ficou meio em pânico e eu tentei manter a calma até conseguir falar com a minha médica, pois eu estava com 33 semanas de gestação. Liguei e ela me orientou a ir para a maternidade que me encontraria lá.
Chegando lá, fui atendida pelo médico de plantão que constatou bolsa rota, indicação de cesárea, pois meu colo estava fechado. Aí bateu emoção misturada com um medo do que poderia ocorrer ao meu anjo tão aguardado. Às 10h46min da manhã do dia 19 de outubro de 2010, ouvi o som mais lindo da vida, o choro forte e estridente do meu filhote! Nasceu com 2kg e 45cm, apgar 9-10, para um prematuro isso é ótimo. Meu esposo o acompanhou e eu continuei na sala pois havia ocorrido uma pequena hemorragia e minha médica precisou cauterizar. Quando fui para a sala de recuperação me bateu um medo, de como seria a vida, se teria alguma seqüela, afinal, eu sou da área da saúde e um pouco de conhecimento às vezes atrapalha.
Logo meu filhote passou pelo corredor na incubadora rumo à UTI-Neo. O pediatra parou e eu pude vê-lo com calma, o meu anjo. Quando falei, ele abriu os olhos pela primeira vez à procura do som, jamais esqueço. Bem, só pude ver meu filho no dia seguinte, e confesso que nem dei conta que estava operada, entrei como se nada tivesse ocorrido comigo no dia anterior. O desejo de vê-lo era maior que tudo.
Estava na incubadora sem oxigênio, apenas com o oxímetro no pezinho e a sonda de alimentação. Ufa, pude respirar com calma. A pediatra de plantão veio conversar comigo e explicou que meu filho deveria ficar na UTI por alguns dias até completar 34 semanas, para aprender a mamar. Neste mesmo dia ele foi posto em meu seio, momento mais que delicioso.
Na UTI-Neo, conheci outras histórias, fiz amizades que perduram até hoje. Meu anjo ficou por 7 dias na UTI, foi dado alta para irmos para o quarto e ficarmos mais 7 dias. Poder estar ao lado dele 24h por dia era o que mais me deixava feliz, pois a pior coisa é ter que sair do hospital sem seu filho nos braços.
Hoje, Arthur está com 2 anos e 5 meses, nem nos lembra o bebê prematuro e magrelo que foi. É arteiro, já nada sozinho, freqüenta escola e fala muito, por sinal. Até hoje não sabemos a causa do parto prematuro, mas o importante é que Arthur é uma criança saudável e feliz, aquele que nos alegra todos os dias, que quando acorda me dá um beijo e diz ‘te amo, mamãe’. Filho lindo e amado, você sabe o quanto és importante em nossas vidas, tudo fica mais doce e iluminado com a tua presença. Te amamos.”
Rachel, mãe do Arthur