21 de Fevereiro de 2014

Alícia Vitória, uma prematurinha muito meiga

“Oi, o meu nome é Ana Paula, tenho 21 anos e venho aqui dar o meu depoimento de mãe prematura!

Sempre sonhei em ser mãe (acho que toda mulher sonha com isso), e, tudo ia tranquilo até o quinto mês,  quando apresentei um problema de pressão alta. Juro que sabia que isso era arriscado, mas também não sabia que era tão perigoso. Ainda fiquei algumas semanas no meu interior sendo medicada, mas nada surtia efeito, pelo contrário, parece que quanto mais medicação eu tomava, mais a minha pressão subia. E eu tomei uma medicação para a pressão, Captopril, que atrasou muito o crescimento da Alícia.

Um certo dia resolvi fazer uma triagem na Maternidade na Capital, pois no meu interior não tinha nenhum recurso. No caminho, o carro que eu estava se envolveu em um acidente, e o resultado foi: a minha pressão subiu demais e fui levada às pressas para a Maternidade Escola Januário Cicco, onde fui internada na UTI materna durante 4 dias  e submetida a bombas de sulfato. Eu chorava demais, porque sabia que eu não tinha alta prevista para ir para casa e quem queria me ver tinha que vir na Maternidade. A minha mãe, o meu marido e toda a minha família sofreram juntos comigo durante esse período de tanta dor e sofrimento!

Fui internada em 21 de maio de 2013, até que em 27 de maio do mesmo ano, uma semana após, fui levada novamente a UTI materna, sulfatada novamente e chega a notícia: "Mãezinha, nós precisamos fazer o seu parto, porque você está correndo risco de vida e o seu bebê não está mais confortável na sua barriga". Ela estava centralizada. Chorei demais, com medo de não ver mais a minha família, de não poder conhecer a minha filha, e ainda ouvi a frase: "Você pode ter outros filhos, mas esse bebê jamais poderá ter outra mãe”, o que me deixou tão apreensiva. Somente uma pessoa poderia me ajudar naquele momento, ou melhor 3 pessoas em 1: O Pai, O Filho e O Espírito Santo, ou seja, Deus! Me peguei muito a Ele e pedi para que cuidasse de nós duas, e me desse o privilégio de ver o meu sonho realizado.

Às 21h39min, com 28 semanas, nasceu a pequena Alícia Vitória, pesando 760 gramas e medindo 32cm. Ela chorou ao nascer e isso foi o que mais me deu forças, aquela foi a melhor melodia que já ouvi em toda a minha vida. Não pude vê-la, ela foi levada às pressas para a UTI Neonatal. Foram longos 3 dias até que enfim eu pudesse conhecer a minha pequenina. Me senti em um mundo de sentimentos que envolvia medo, raiva, culpa, angustia, tristeza, mas o meu marido estava ali comigo. Ele era o único que podia entrar na Neo comigo e Deus, por muitas vezes, o usou para me passar a forla de que eu tanto precisava, porque, na maioria das vezes, eu me sentia culpada pelo nascimento prematuro de minha Alícia.

Foram 50 dias intubada, e depois os outros auxílios para respirar até que ela conseguisse respirar sozinha. Muitas bactérias se alojaram, fungos, enterocolite e cirurgia de hérnia, tudo isso chegou ao fim após 120 dias morando na Maternidade com a minha filha. Foram 4 meses de muito sofrimento, mas que Deus nos Deus a recompensa. Na verdade, 3 meses ela passou na UTI Neonatal e 1 mês no Mãe Canguru comigo.


Hoje, a minha filha é linda, saudável, super esperta, é o meu maior milagre! Agradeço muito a Deus e as pessoas que rezaram por mim. Alícia está com 6 meses, pesando 5kg (em 18 de dezembro de 2013) e é minha vida! Acreditem nesse Deus do impossível que Ele tudo pode.”

Ana Paula, mãe da Alícia Vitória

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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