![](static/images/stories-page-entry-detail.png)
![](static/images/bulma/1by1.png)
20 de Fevereiro de 2013
Alexandre, o grande
A Adriana, mãe do Alexandre, compartilhou em tempo real muitas de suas preocupações enquanto o pequeno ainda lutava pela vida, através da nossa fanpage. Ficamos felizes em tê-la ajudado de alguma forma e por ter feito parte de um pedacinho da história do Alexandre. Desejamos muita saúde pra ele e muitas felicidades pra toda família. Beijo grande!
"Em outubro deste ano, comecei a sentir contrações e percebi minha barriga dura. Fui ao médico e ele disse que estava tudo bem. Me examinou, receitou um remédio para as contrações. Perguntei se tinha risco de meu bebê nascer antes e ele disse que não. Ufa! Fiquei mais tranquila. Ele me receitou uma pomada para candidíase e ferro, pois eu estava com um pouquinho de anemia. Logo depois eu fiz um ultrassom e vi que meu bebê estava na posição para ter parto normal. Isso me deixou muito feliz, pois era o que eu mais queria.
O problema foi que, dia 30 de outubro, comecei a sentir contrações um pouco mais fortes. Como achei que era normal, tomei o remédio receitado, deitei e dormi para ver se passava. Dia 01 de novembro acordei cedo, fui ao banheiro e percebi que um líquido rosado com um pouquinho de sangue. Fiquei desesperada e fui correndo para o hospital. Quando me examinaram eu estava com 3 cm de dilatação. Logo me colocaram no quarto para tomar corticoide e ficar em repouso.
Depois de umas 2 horas, percebi que as contrações estavam mais fortes e menos espaçadas. O médico me examinou e eu já estava com 8 cm de dilatação. Assim, me levaram correndo para a sala de parto. Foi um desespero! Chamaram pediatra, estouraram minha bolsa e eu comecei a fazer força. Meu bebê nasceu em 20 minutos, foi tudo muito rápido. Fiz tanta força que ele saiu muito rápido. Lembro que o médico o pegou pelo pé. Achei que ele nem iria chorar, mas chorou e fiquei mais aliviada. A equipe cuidou dele e eu pude vê-lo rapidamente, pois ele estava cansado e gemendo.
O Alexandre nasceu com 1,905 Kg e 45 cm de comprimento, era grande, até! Ele ficou entubado apenas do 1° dia de vida até o 4° dia, depois tiraram. Nos primeiros 5 dias de vida ele ficou bem, não tinha nenhuma infecção. Mas, após isso, um hemograma alterado e ele teve apneia. Lá foi o Alexandre para os antibióticos.
As coisas iam bem. Ele estava com 2 Kg, fez banho de luz para icterícia – que se curou - e já mamava no peito quando, no dia 15 de novembro, fui na visita e ele estava com apneia novamente. Eu o achei estranho, mas como a médica disse que ele estava bem, que era normal, fui embora mais calma.
A visita foi às 17h e às 22h me ligaram do hospital, mas eu não estava em casa. Fiquei chorando o dia todo e não, por isso, à noite, fui comer alguma coisa. Cheguei em casa e vi a ligação. Retornei correndo e pediram para ir lá. Cheguei a pedir informação e só me falaram para ir ao hospital porque ele tinha piorado. Eu achava que ele tinha morrido.
Quando cheguei, a médica me falou que ele não voltava da apneia e teve hemorragia pulmonar grave. A equipe demorou 1 hora para reverter o quadro, e não havia garantia de que ele ia sobreviver. Ele entrou em choque. Pediram para rezar, já que era a única coisa a ser feita naquele momento...
O Alexandre teve insuficiência renal pré-renal. Foram 4 dias tendo notícias ruins de que ele não melhorava, que o rim não estava bem, que ele havia inchado, que ganhou 500 gramas de inchaço e que precisava desinchar. Após isso, o pulmão ainda teve SARA. e meu bebê ficou com ventilação máxima. Ele ainda teve pneumonia.
Eu perguntava para os médicos se ele tinha chance e todos falavam que era muito difícil, já que o quadro dele era muito grave. Ele teve sepse e a chance de viver era pequena.
No 4º dia ele melhorou, reagiu e, finalmente começaram a diminuir os remédios. Ele tomou muito sangue e plasma. Para o pulmão se desenvolver e se curar de uma hipertensão pulmonar, ele tomou Primacor. A equipe fazia o máximo que podia. Ele melhorou nos dias seguintes, mas não totalmente. Tinha uma coagulação que não melhorava, teve outra pequena hemorragia pulmonar, que conseguiram reverter rapidamente. Nosso medo era que ele entrasse em choque novamente. Lembro que passei 72 horas apavorada para ele não entrar em choque. Por sorte ele ficou bem e não teve mais problema.
Ele ficou 20 dias entubado, foi feita a tentativa de extubação, mas ele não aguentou e foi entubado novamente. Depois de alguns, ele pegou infecção, mas o médico foi muito rápido, receitando antibiótico assim que percebeu a febre. Dessa vez, conseguiram isolar na cultura. Era a Klebsiela pneumoniae (provavelmente que, na outra vez , causou a hemorragia). Por sorte, em 48 horas ele melhorou, foi extubado e conseguiu sair do oxigênio.
Depois de todos esses problemas ele não tem nenhuma sequela. Os médicos achavam que ele não iria resistir, e por isso acredito que ele é um milagre de Deus. Não há outra explicação. Ele tomou muitos antibióticos, fez flebotomia, mas é perfeito. Sabemos que o cuidado com ele é essencial, até porque há pouco tempo ele não estava bem. O oxímetro não marcava os batimentos e a saturação chegou a ficar em 40. Ficamos com medo de ele ter algum problema neurológico, mas nosso filho é perfeito.
Eu sei que devo esse milagre a Deus, que deixou ele ficar comigo. Também devo a toda equipe médica e de enfermeiras, que cuidaram dele e foram iluminadas por Deus para agir de forma certa em seu tratamento."
Adriana, mãe do Alexandre.