24 de Setembro de 2014
A prematura e guerreira Anita
“Descobri que estava grávida uma semana após completar 36 anos. Minha primeira gravidez, fiquei em estado de graça! Como sou hipertensa, me preocupei logo com os medicamentos que eu poderia tomar para manter a minha pressão arterial controlada. Fui imediatamente ao GO e ele mesmo fez as alterações de medicamento. Até então, tudo normal.
No quinto mês de gestação, comecei a inchar. Porém, o médico dizia ser tudo normal. Eu me sentia ótima, mas o inchaço já me incomodava um pouco. E continuei inchando... Até que o cardiologista me pediu para fazer o MAPA (exame que monitora a PA durante 24 horas). Ele ficou chocado! Me chamou para conversar, me alertou sobre um possível parto prematuro, mas disse que médico de grávida é GO e pediu que eu levasse imediatamente o problema a ele. Assim eu fiz. Corri de um consultório a outro. Sabe o que o meu GO disse? Tudo normal! Ah não, não me conformei!
Foi então que, conversando com a minha prima, que havia dado à luz meses antes, pedi ajuda para encontrar um outro GO que pudesse me ajudar desde então. E conseguimos. Dois dias depois, eu estava no consultório do Dr. Antonio Camilo com todos os meus exames nas mãos. Ele simplesmente me internou no mesmo dia! Fiquei enlouquecida! Até então me internaria para tentar controlar a PA e tentar levar a gravidez até 37 semanas.
Fui para o Hospital Icaraí, em Niterói (RJ). Moro distante de lá, mas, segundo o Dr. Camilo, lá teríamos estrutura para mim e para a minha bebê. Ah, quando escolhemos o nome Anita (inspirado em Anita Garibaldi) não imaginávamos o quão guerreira seria a nossa pequena. Seis dias após a internação, resolveram fazer o meu parto. Dr. Camilo fez o parto como quem estivesse acompanhado toda a trajetória desde o início. Fiquei tranquila, pois sabia que estávamos em boas mãos. Anita veio ao mundo com 29 semanas e 6 dias, e com 1,380 kg.
Vi a minha filha apenas por alguns segundos. Levaram-a direto para a UTI e eu passei longos 5 dias no CTI, até que a pressão estabilizou. Só depois desses dias pude ver Anita na incubadora. Eu só sabia chorar... Mas eu e o meu marido rezávamos todos os dias com ela. Ao todo, foram 45 dias. Anita teve enterocolite, infecção urinária e uma bactéria multirresistente. Sofri muito. Chorava sem parar e tinha muito medo de não levar a minha filha para casa. Com exatos 45 dias, Anita recebeu alta, pesando 2,205 kg.
As fotos são dos momentos marcantes da internação como o primeiro colo e a primeira mamadeira.
Hoje, Anita está muito esperta e sorridente! Me solidarizo com todas as mães prematuras, pois só quem passa por isso sabe o quanto sofremos.”
Renata e Eduardo, pais da Anita