01 de Setembro de 2021
A Pequena Manuela
“Resolvi dividir a nossa história, da minha filha que é considerada prematura extrema (24 semanas e 4 dias). Na época que eu e o meu marido estávamos passando pela internação, procurávamos várias histórias parecidas, para nos dar esperança e fé, em continuar seguindo e superando cada obstáculo. Moro no Japão, então as pessoas aqui são bem reservadas, não tive como conversar e trocar experiências com outras mães, como no Brasil. Dessa forma, estou dividindo a nossa história para poder ajudar as famílias.
Minha bolsa estourou com 21 semanas, como estava muito cedo para a minha bebê nascer, resolveram me internar para não perder mais líquido, no primeiro hospital, o médico disse que por ter perdido muito líquido, a chance do neném sobreviver, seria de 10%, e se eu quisesse fazer aborto, tinha até o dia seguinte para fazer. Porém, nesse hospital, eles só atendiam bebês que nasciam a partir de 25 semanas, então, fui transferida.
Na segunda transferência, fui para a Cruz Vermelha, já que lá eles teriam mais suporte para nós. Chegando no local, os médicos acharam melhor colocar uma agulha de 23 cm na minha barriga para chegar até o útero, e assim a minha bebê teria líquido para tentar aguentar o máximo possível, ainda dentro de mim. Após 3 semanas de repouso total, comecei a ter contrações no tempo muito curto, não estava dilatada, mas como eu estava com febre, vomitando, e a minha filha correndo risco de vida, optaram por uma cesária de emergência.
Então, no dia 28/11/2018, com 24 semanas e 4 dias, 29,5 cm e 495 gramas, a Manuela chegou ao mundo. Após longos 141 dias na UTI, ela teve alta. Hoje, ela está muito bem e logo completará 10 meses. Graças a Deus, é espoleta, às vezes fico doidinha, mas agradeço sempre por ter muita saúde. Muito obrigada também por essa página existir, pois a cada história, me dava mais forças para continuar firme.”
(Relato da mamãe Sayuri, enviado em 2019)