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04 de Agosto de 2013
A luta da mamãe Francielli por seu pequeno Pedro Henrique
“Meu filho Pedro Henrique nasceu de 27 semanas de gestação, pesando 1,100kg e medindo 36cm, no dia 18/11/2011 às 22h19min. Logo que nasceu, foi levado para a UTI Neo (fomos transferidos para uma cidade próxima, pois em minha cidade não há os recursos necessários para receber um prematuro). No dia seguinte, fui vê-lo e, lembro como se fosse hoje, a médica veio até mim e disse: ‘mãe, infelizmente o que tenho a dizer não é uma notícia muito boa, o seu bebê nasceu muito mal, ele é um prematuro extremo. Estamos fazendo de tudo, mas ele tem só 72 horas de vida.’
Naquele momento meu mundo desabou, me senti culpada por não poder ter feito nada por ele e pensei: o que será da minha vida sem ele? Comecei, então, a clamar a Deus por um milagre pois, naquele momento, só Deus poderia me ajudar, ninguém mais. Os médicos diziam que o quadro do Pedro era muito complicado.
Mas Deus ouviu minha oração e se passaram as 72 horas e o Pedro estava vivo. Foram várias apnéias, transfusões de sangue, anemia, infecções, pneumonia. Quando fez 26 dias de UTI, tive a grande notícia: o Pedro estava de alta e seria transferido para minha cidade natal para terminar de ganhar o peso necessário para ir pra casa.
Mal sabia eu o que me esperava. Chegando lá, a pediatra de plantão começou a tomar conta dele, e me colocaram em um quartinho sozinha. Não tive nenhuma ajuda de enfermeiras e tive que aprender a me virar, eu quem dava leite, remédio e água na sonda, aprendi a aspirar a sonda, aprendi a fazer massagem cardíaca. Eu não dormia, passava a noite inteira acordada, tomando café e coca com medo de acontecer algo com ele, pois a pediatra havia tirado o oxigênio dele de uma vez e ele ficava roxo, não consegui respirar, então eu ligava.
Teve um dia que ela entrou na sala e viu o oxigênio ligado e disse que eu queria viver a vida inteira com ele num hospital e nunca nós iríamos embora para casa. Então ela resolveu tirar também a sonda e fazer com que ele mamasse no peito e na mamadeira. Mas ele não sabia sugar ainda. No dia seguinte, exatamente no dia 28/12/2011, ela foi pesar ele e viu que ele havia perdido 5 gramas, então resolveu fazer um exame de sangue pra ver o que estava acontecendo.
Levaram o Pedro Henrique para fazer o tal exame e eu vi que eles estavam demorando muito, então fui ver o que estava acontecendo. Perguntei pra enfermeira sobre ele e ela não me respondeu nada. Fiquei parada perto do telefone, de repente, um enfermeiro sai correndo da sala e começa a falar no telefone. Dizia para o médico do laboratório que estava tentando tirar sangue de um prematuro que estava tendo parada cardíaca e não voltava, e a pediatra estava tentando reanimá-lo. Nessa hora perdi o chão. Pensei: Deus, não pode ser, estava tão perto da gente ir pra casa, por que isso agora?
A pediatra saiu desesperada de dentro da sala, olhou bem pra mim e disse: ‘mãe, o bebê teve 5 paradas cardíacas. Conseguimos reanimá-lo, mas está muito mal e precisa de uma UTI com urgência. Se ele sobreviver, vai ficar com várias seqüelas, não vai andar, não vai falar e, principalmente, não vai comer nunca. Vai te dar trabalho pro resto da vida, ele vai vegetar.’
Aquilo acabou comigo mas, na mesma hora, tive a certeza de que o mesmo Deus que deu a vida, e deu vida com abundância pro Pedro Henrique, não iria me desamparar naquela hora. O Pedro seria sim uma criança saudável e normal como qualquer uma, pois Deus não faz milagres pela metade, faz por completo.
Voltamos para a mesma UTI. Chegando lá, os médicos fizeram todos os exames e constataram que o Pedro não tinha nenhum problema, ele tinha refluxo, havia se afogado e a médica não soube socorrer. Lembro que a médica até chorou e me disse que era um milagre o meu filho estar vivo. Foram mais alguns dias na UTI, no total 60 dias de hospital.
No dia 18/01/2012, já cansada de ficar no hospital, cheguei no médico e disse: Doutor deixa eu levar meu filho pra casa? Para minha surpresa, ele nos deu alta e disse que eu era muito prematura em tudo, e fiz com que o Pedro Henrique fosse prematuro até no dia da alta. Eu teria que aprender a cuidar de um prato raso cheio de água, assim era a descrição dele na Neo. Mas, graças a Deus, o Pedro hoje é uma criança saudável, alegre, inteligente e, acima de tudo, é uma benção de Deus em nossas vidas.”
Francielli, mãe do Pedro Henrique