02 de Maio de 2014

A história da anjinha Ana Clara

“A história que vou contar sobre a minha filha Ana Clara não teve final feliz como as de muitas mamães de UTI, infelizmente.

Me chamo Julia e a minha gravidez correu tranquilamente até 31 semanas. Mas, no dia 20 de janeiro de 2014, logo cedo fui com meu marido a ultra morfológica do 3º trimestre, que já estava marcada. A médica começou a fazer o exame e percebi que ela estava quieta, me perguntando se sentia a minha bebê mexer, e falei que naquele momento não sentia. Ela me falou que o meu líquido amniótico estava quase seco e que era para correr ao PS. Chegando lá, escutaram os batimentos da minha bebê, que já estavam fracos, e a médica de plantão de cara já me falou que a minha bebê nasceria naquele momento, pois já se encontrava em sofrimento. O meu mundo caiu, eu não tinha nada pronto e ainda faltava comprar algumas coisas para a bebê. Eu não estava preparada, era a minha 1ª filha.

Ana Clara nasceu às 15h05min, com 1,500 kg e 37cm, sem batimentos e inchada. Ela estava sem oxigenação e foi levada diretamente para a
UTI, onde a reanimaram, e aí começou o nosso martírio. Ficou intubada, os rins não funcionavam, teve que fazer diálise 3 dias após o nascimento. No dia 31 de janeiro, apresentou melhoras, os rins voltaram a funcionar, ela desinchou bastante, começou abrir os olhinhos. Ficamos tão felizes, mas foi somente por um fim de semana.

[caption id="attachment_13578" align="alignright" width="300" caption="Foto meramente ilustrativa."][/caption]

No dia 03 de fevereiro, ela teve uma hemorragia cerebral forte e severa, ficou em coma e, novamente, os rins pararam. O coração estava batendo a base de adrenalina, e teve infecção generalizada. Ficamos do dia 03 de fevereiro ao dia 12 vendo a nossa filha morrendo aos poucos. Ficávamos na incubadora, eu de um lado e meu marido do outro, conversando, acariciando e orando muito para que Deus nos concedesse um milagre. Até que no dia 13 de fevereiro, às 2 horas da madrugada, ela teve uma parada cardíaca e partiu, foi para os braços do Pai, deixando uma tristeza imensa em nossos corações, que estamos tentando suportar todos os dias. Não tiramos fotos, pois não queríamos ficar com recordações tão tristes. Não tem um dia que não lembre da minha filhota, sinto muita, mas muita saudade.”

Julia, mãe da Ana Clara

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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