24 de Setembro de 2013
A força da pequena Gabriella
“Esse site foi meu companheiro durante longas noites sem sono. Com minha filhota no hospital, só restava saber o que seria dali para frente e aprendi muito com vocês, mamães guerreiras!
Bem, depois de 2 abortos espontâneos, fiz um tratamento e descobri que tinha trombofilia na gravidez, aquele problema que tem que tomar uma injeção todos os dias na barriga de fragmin (heparina). Vim morar na França com o meu marido, pois ele estava com trabalho aqui. Logo que cheguei, descobri que estava grávida, então começou o meu medo, como será fora do meu país?!
Tudo ia bem, a médica me passou as injeções e quando tive, no início, um deslocamento de placenta, foi resolvido. Passei minha gravidez toda passando muito mal, enjoava muito. Com 31 semanas, essa sensação piorou, sentia dores fortes na coluna, muitas dores. Então resolvi ir ao hospital, achava que eles iriam me dar um remédio e eu iria voltar para casa. Mas não foi assim, estava com a pressão muito alta, baixa de plaquetas e precisava retirar a placenta, pois estava com Síndrome de Hellp. Nunca tinha ouvido falar nisso, fiquei louca, chorava muito e meu marido idem. Será que eles estavam certos? Não falava francês direito, só fazia chorar e só depois me falaram que estava correndo risco de vida, pois as minhas plaquetas já estavam em 70 mil, sendo o normal 350 mil.
Minha filhota Gabriella, veio ao mundo no dia 15 de dezembro de 2012 (com 31 semanas), pesando 1,260kg e medindo 37cm, não parava quieta. Ali começou minha luta. Foram 52 dias de hospital, graças a Deus sem complicação nenhuma. Aqui eles só deixam os prematuros saírem do hospital com 37 ou 38 semanas, para segurança. A pior sensação foi ter alta e minha filha ter ficado, chorava muito e tinha medo de entrar em uma depressão por estar longe de toda a família, mas sabia que Gabriella precisava de mim e precisava ser forte como ela.
Assim foi o nosso primeiro Natal e Réveillon no hospital, não do jeito que nós pensávamos, mas felizes por ela estar viva e bem. O tempo foi passando, ia ao hospital todos os dias, a saúde aqui é de tirar o chapéu. Quando minha mãe chegou, ficou preocupada com o quanto iríamos pagar, falei para ela que não iria pagar nada, pois a maioria aqui é saúde pública.
Vibramos a cada vitória: a saída do tubo O2, quando pegou a chupeta minúscula para aprender a sugar, a saída da incubadora, tudo foi uma luta, mas, no final, tudo deu certo. No dia 05 de fevereiro, minha pequena saiu do hospital. E hoje estou aqui, para agradecer as histórias de vocês que me ajudaram muito e contando a minha história.”
Giovanna, mãe da Gabriella