07 de Janeiro de 2014

A chegada da fofa Isabelle

“Oi! O meu nome é Noelle e sou mãe da Isabelle. Depois de várias altas e baixas da minha pressão arterial, tive que ser internada quando a minha pressão não baixava de jeito nenhum. Fui transferida para uma maternidade de referência para gravidez de risco e, naquele momento, alguma coisa me dizia que essa história seria longa.

Quando cheguei na maternidade, a médica me mandou logo para tomar uma injeção para amadurecer o pulmão do bebê e fui para o pré-parto. Até normalizar a minha pressão, tive que usar sonda e tomar sulfato de magnésio. Fui para a enfermaria e pensei estar tudo tranquilo. Ao fazer um ultrassom, me mandaram novamente para o pré-parto, sem me explicar nada. Quando a médica veio conversar comigo, senti que alguma coisa estava errada. Ela começou a explicar a minha situação: a minha pressão estava 18x10 e minha bebê estava em sofrimento fetal, então, eu teria um parto prematuro de 27 semanas e tentariam salvar a vida de minha filha aqui fora porque na barriga ela estava sofrendo. Quando ela falou tudo isso, senti um frio na espinha e tanta coisa passou na minha cabeça naquele momento.

Ainda tinha que esperar uma vaga na UTI Neo. O médico me disse: “Minha filha, você ganhou na loteria. Abriu uma vaga na UTI!”. No dia 4 de dezembro de 2012, a minha pequena nasceu. Pedi a Deus que guardasse a vida dela e entreguei meu corpo e alma nas Suas mãos naquele momento. Ela nasceu às 14h40min, pesando 820 gramas e medindo 34 cm. Dei graças a Deus por minha filha ter nascido viva e chorando muito! Mas sabia que a luta estava apenas começando. Não pude ver a minha filha no mesmo dia, mas pude ver o meu marido, e vê-lo naquele momento me deu uma paz, e, assim, a minha confiança em Deus só aumentou.

Não foi fácil. Foram 20 dias de UTI. Algumas pessoas falavam “ela está lá só pra ganhar peso”, mas eu sabia que sua vida estava correndo sério risco. Ela teve hemorragia pulmonar, foi intubada e, cada vez que aqueles aparelhos apitavam, era como se eu estivesse levando uma facada. Um dia, cheguei na UTI e a recepcionista me falou: “Sua filha não está aqui”. Ah, foram os 5 segundos mais longos da minha vida! Até ela dizer que a Isabelle tinha ido para UCI Neo. Ela disse: “Tá escrito aí no seu crachá de visitante”, que eu e o meu marido, na ânsia de ver a nossa pequena, nem lemos o cartão. Na UCI, naquele dia 24 de dezembro, ganhei o meu presente de Natal: carreguei a minha filha no colo pela primeira vez!

Ela já tinha saído do maior risco, mas o meu coração de mãe continuava apertado. Quando, um dia na casa de minha sogra, ligaram: “Gostaria de falar com a responsável da RN de Noelle Miranda Souza”. O meu coração quase saiu pela boca. Tremi pensando que o pior pudesse ter acontecido, mas, para a minha alegria, era uma ótima notícia: a minha filha seria transferida para o Canguru na enfermaria e eu, finalmente, poderia ficar com ela! Fiquei lá mais 16 dias, mas não estava me importando, porque estava com o meu maior presente. Conheci pessoas maravilhosas também.

E, enfim, chegou o dia que a minha filha teve alta e fomos para a casa da minha sogra, onde ficamos até as coisas se normalizarem. Fiquei impressionada com a minha própria força em conseguir cuidar da minha filha, dar banho, alimentar (com um leite que custava R$ 100). Hoje só tenho a agradecer a Deus pelo belíssimo milagre! Agradeço a todos que me apoiaram de perto e de longe, aos profissionais da maternidade Prof. José Maria de Magalhães e as pessoas maravilhosas que conheci lá. A minha pequena completou 1 ano, já fica em pé nos objetos e fala 3 palavras: mamãe, dá e água! Obrigada, meu Deus, muito obrigada!”


Noelle, mãe da Isabelle

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