![](static/images/stories-page-entry-detail.png)
![](static/images/bulma/1by1.png)
12 de Junho de 2013
A chegada da doce Noemi
"Meu nome é Siméia, tenho 31 anos e sou mãe da Noemi.
Sou casada há dois anos e quando completamos 30 anos eu e meu esposo resolvemos engravidar. Após 3 meses que havia suspenso o uso do anticoncepcional eu estava grávida. Ficamos felizes demais e, com 8 semanas de gestação, fiz a primeira ultrassonografia. Aí então foi a maior emoção da minha vida, ouvir os batimentos cardíacos. Prosseguimos e então com 12 semanas fizemos a segunda ultrassonografia e estava tudo ótimo com a criança e comigo. Fiz a terceira e última ultra com 4 meses, daí vimos que era uma menina, nossa princesa Noemi.
Sentia náuseas, tinha vômitos como a maioria das grávidas e comecei a inchar um pouco devido ao calor. Até que um dia senti uma leve dor de cabeça e foi detectado que minha pressão estava alta. Minha médica me internou, pediu alguns exames laboratoriais e então ficou definido meu diagnóstico: Síndrome de Hellp. Estava com 25 semanas de gestação e recebendo a notícia que seria necessário interromper a gravidez pois eu corria risco de morte e, consequentemente, minha bebê não teria chance de sobrevida. Tristeza foi o que senti, nosso sonho estava ameaçado, mas acima de tudo acreditamos no poder de Deus. Nossa pequena nasceu pesando 700g e medindo 33cm, e eu nem pude vê-la pois foi levada urgentemente para UTI Neonatal onde recebeu os primeiros cuidados, como a entubação.
Eu tive algumas complicações mas, após um mês, estava totalmente recuperada. Nossa luta naquele momento era pela princesa Noemi. No seu primeiro dia de vida teve hemorragia pulmonar severa, que após alguns dias desencadeou anemias. Digo anemias porque durante os 84 dias que ficou nos hospital foi transfundida por 9 vezes. Nos primeiros dias de vida chegou a pesar 580g, teve hemorragia intracraniana grau 2, desenvolveu displasia pulmonar severa e lutou pra sair do oxigênio. Ficou entubada por 39 dias e depois foram dias incontáveis entre CPAP, Halo e cateter de O2. Eu achava que ela não conseguiria sair do O2 e precisaria vir pra casa com auxílio de oxigênio, mas graças a Deus não foi necessário.
Os dias que passamos acompanhando nossa querida filha foram terrivelmente angustiantes, passávamos o dia no hospital aguardando os minutinhos que podíamos ficar ao seu lado (30min cedo e 30min à tarde) e à noite ia para casa descansar. Nós não perdemos nenhum dia de visita. Apesar de morarmos a 60km do hospital, não queríamos perder nada do seu desenvolvimento pois não sabíamos o que viria pela frente. A equipe da UTI NEO, sempre muito atenciosa, nos tratou muito bem, nos orientava e dizia sempre para vivermos um dia de cada vez. Nossa esperança nunca deixou de existir. Quando acontecia de algum companheirinho(a) da Noemi não conseguir sobreviver, nosso coração chorava e ficávamos triste e receosos.
Mas os dias foram passando e nossa guerreira Noemi foi nos surpreendendo. Não era fácil ver uma bebê tão pequena e indefesa toda monitorada com fios, cateteres intravenosos, oxímetro de pulso que verificava a saturação de oxigênio, era a primeira coisa que olhávamos quando entrávamos na UTI, pois sua saturação não era boa. Hoje nossa princesa está com quase 5 meses, pesando 4kg e medindo 51cm, o que significa que seu desenvolvimento está acompanhando a idade corrigida, como é esperado. Ela está conosco em casa há dois meses e é nossa maior alegria e prova de que quando acreditamos em Deus, tudo é possível. Por isso quis deixar esse depoimento aqui, para dividir com as pessoas que possam estar passando por alguma situação semelhante, e servir de exemplo pra que não desistam."
Siméia, mãe da Noemi