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11 de Fevereiro de 2013
A batalha de Rayane
Obrigada, Eliane, pelo carinho. É muito gratificante saber que ajudamos de alguma forma quando precisaste! Beijos e muita saúde pra Rayane.
"Olá meu nome é Eliane e amo o site Prematuridade.com, pois nas horas mais difíceis que passei, me confortei lendo histórias por aqui. E hoje, venho dividir a minha com vocês.
Eu e meu esposo Ricardo somos casados há 10 anos, mas eu, aos 24 anos, descobri que teria problemas para engravidar eu precisaria fazer um tratamento para conseguir. Como eu sempre sonhei em ser mãe, tinha medo de me frustrar e acabei optando por não fazer o tratamento e fui vivendo o que Deus havia preparando.
Então, em 14 de fevereiro de 2012, minha cunhada evangélica fez uma revelação dizendo que Deus iria me dar a maior benção e isso iria restaurar minha vida. Com essas palavras na cabeça, resolvi fazer um teste de gravidez de farmácia e deu positivo. Extremamente feliz, fiz o exame de laboratório e novamente deu positivo. Meu esposo e eu estávamos radiantes com a gestação que já se revelava um milagre desde o início.
Tudo parecia normal até o ultrassom de 24 semanas, altura que eu já sabia ser uma menina a que sonhávamos desde o nosso namoro de adolescentes. Ela até já tinha nome escolhido. Seria Rayane. Foi nesse ultrassom que se levantou uma suspeita de algo ia errado, pois ela estava pequena para idade gestacional.
Após passar pelo médico, descobri ainda um aceleramento do envelhecimento da placenta e uma pré-eclâmpsia. Fui internada por 2 vezes para controlar a pressão e tomar injeções de corticóides para fortalecer o pulmão da bebê. Foram 8 injeções no total. Mas como a pressão estava subindo demais, tive que aumentar a dose de medicamentos e foi sugerido a mim repouso absoluto de uma semana somente.
No dia 20 de julho de 2012 fiz outro ultrassom, era uma sexta feira. Eu estava na 30ª semana de gestação e na segunda desta mesma semana, me desesperei. Meu líquido amniótico estava abaixo do que é permitido e a placenta chegava quase ao grau 3. A Rayane pesava só 1,270Kg, eu tinha a pressão alta e precisei ficar internada.
Meu chá de bebê estava marcado para aquele domingo e nós tivemos que cancelar às pressas, pois no fundo sabia que minha filha iria nascer naquele fim de semana.
No sábado passei o dia mais angustiante de minha vida. Minha filha mexia muito na barriga, mas, naquele dia era parou de mexer. Eu pensava que ela estava bem, mesmo ouvindo os batimentos do coraçãozinho dela de hora em hora. Coração de mãe é fogo...
Nesse mesmo sábado, dia 21 de julho 2012, a enfermeira entrou no quarto e pediu para fazer um exame. Me desesperei. Não sentia ela mexer! Após isso, o médico chegou e examinou minha barriga. Conclusão: a placenta já estava calcificada além do permitido. Foi então que, às 20h e 45minutos, fui para o parto...
Chorei desesperadamente pensando em tudo que viria, pois já tinha pesquisado muito sobre prematuridade. Na hora não deixaram nem o fotógrafo, nem meu marido entrar, o que me deixou mais angustiada.
Minha pressão foi a 22/10 e, às 21h e 20 minutos, a Rayane nasceu chorando alto, para acalmar meu coração. Eu a vi de bem longe e me assustei. Era fora da minha realidade um bebê tão pequeno e magro. Ela nasceu pesando exatamente 1,270 Kg e medindo 41 cm.
Só pude vê-la no dia seguinte, um domingo. Foi um choque estar na UTI Neonatal, já que eu nunca tinha imaginado aquela situação. Ela estava cheia de fios naquela incubadora. Era tão frágil, choro só de lembrar...
No dia 1º de agosto de 2012 ela passou por uma cirurgia no joelho e ficou com a perna engessada. O gesso era maior que ela, coitadinha. Ela ficou com a cicatriz até hoje. Mas não foi só isso. Foram muitas apneias, quedas de saturação.
Após longos e tortuosos 38 dias de UTI Neonatal, nossa filhinha deixou o hospital com 1,850 Kg. Hoje ela está com 54cm e 4,300 Kg. Estamos em uma luta para ela engordar, mas sabemos que o pior ela já passou.
Hoje ela tem alergia ao leite de vaca e refluxo, mas mesmo assim, agradecemos a Deus nossa vitória.
Desejo a todas as mães que passam por este momento, que tenham a nossa mesma vitória, e que acreditem em Deus sempre. Porque Ele nunca nos abandona e mostra seus milagres nestes bebês guerreiros e fortes. Bebês que têm força pra lutar e sobreviver às dificuldades.
Um beijo a todas as mães do Prematuridade.com. Deus as abençoe e a nossos guerreiros!"
Eliane, mãe da Rayane.