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26 de Abril de 2018
A amada Lorena
"Minha história começa quando fui a consulta de rotina com o obstetra e ele identificou que minha barriga era pequena para o tamanho da semana de gestação. Fiz um dos exames que ele havia solicitado e estava tudo bem. Um dia depois, a minha pressão arterial estava muito alta 16 por 10, por coincidência, no dia do jogo do Brasil. Liguei para o meu médico e ele me pediu que eu fosse ao hospital. Fiquei muito assustada, porque eu sabia que aqui na minha cidade não tinha assistência para mim e o meu bebê.
Fui ao hospital, o médico nem me examinou e passou uma medicação que, graças a Deus e ao meu médico, não tomei. Liguei para o meu médico e ele me pediu que fosse para outra cidade, que ele conseguiria atendimento para mim. Saí com o meu marido no mesmo dia às 23h e chegamos na cidade para a consulta às 2h da manhã. O médico já estava me aguardando e, aparentemente, eu estava bem, mas ele pediu que eu ficasse internada.
O meu mundo desabou, senti medo, angustia, não sabia o que fazer. Tomei as injeções para o pulmão do bebê amadurecer e passei o resto da noite que só Deus sabia como eu estava. Permaneci confiante e acreditando que tudo acabaria bem. Fiquei internada três dias e precisava fazer um Doppler, pois a minha pressão não abaixava. Era um sufoco danado! Fiz o exame e o médico falou que teria que fazer uma cesária de urgência, pois a minha filha, que se chama Lorena, estava em sofrimento fetal. Ele falou logo: "Olha, a sua bebê é muito prematura" e eu simplesmente falei que eu acreditava que daria tudo certo.
A minha filha nasceu com 27 semanas, ou seja, 6 meses, pesando 560 gramas. Lorena ficou 4 meses na UTI e teve três vezes infecções e hoje já está em casa perfeita, é uma benção nas nossas vidas! Eu, Gelane, e o meu esposo Jackson, só temos que agradecer ao Senhor pelo nosso milagre chamado Lorena. Hoje com 3,5kg, está fazendo a nossa alegria. Te amamos, filha amada!
Quero aqui agradecer a toda equipe UTI neo do Hospital Geral de Fortaleza, em nome da Dra. Debora Alburquerque e Dra. Eveline, ao meu segundo pai, meu médico Dr. Alexandre Mineiro que salvou as nossas vidas o nosso eterno agradecimento.
Foram dias difíceis, de muitas lutas, mas vencemos. E o conselho que eu dou é: confie em Deus que ele fará o melhor para sua vida. Não aguentava mais ver minha pequena sofrendo com agulhadas e com as famosas graminhas: ganha 10 e perde 20. Mas o importante é seguir em frente, continuar lutando. Ninguém acreditava que uma bebê com 560 gramas sobreviveria sem nenhuma sequela e está aí a minha filha, saudável e cheia de vida. Enfim, ser mãe de prematuro é ter alguém para te ensinar o valor da vida e agradecer por toda carga e sacrifício. Só tenho que agradecer ao Senhor Jesus cristo por nos presentear com uma benção dessa."
(relato da mamãe Gelane, enviado em 2014)
Atualização 2018: "Lorena hoje está com 3 anos e 10 meses, sem nem uma sequela vivendo e convivendo como se tivesse nascido de uma gestação de 9 meses. Sou Assistente Social e lutadora pelo os direitos do SUS que, apesar dos desmontes, sobrevive, oferecendo ainda uma saúde com equipe multidisciplinar que consegue restabelecer e sem sequelas a saúde de uma pequena como Lorena que nasceu com 560 gramas. Gostaria de agradecer a Deus todo poderoso, o dono da vida, pela oportunidade de ser mãe, talvez fosse a minha única chance de engravidar. A toda equipe do Hospital Geral de Fortaleza: a começar pelo o porteiro, recepcionista, médicos, Neonatal, pediatras, fisioterapia, psicologia, enfermagem, técnico, auxiliares, assistente social, em especial aos grandes dois profissionais do meu coração Dr. Alexandre Mineiro e Dra. Débora Albuquerque, a minha eterna gratidão. Dr. Alexandre Mineiro, que salvou a minha vida e da minha pequena. Minha tão pequenina Lorena. Vamos ajudar a divulgar o nascimento prematuro de milhares de crianças que estão nascendo independente da idade das mães. E que precisam ser cuidadosamente cuidados, vamos lutar pelas UTI neonatal em todo Brasil."