09 de Agosto de 2012
Histórias Reais | Bem-vinda ao mundo, pequena Giovana!
Como não se apaixonar por essa fofa que nasceu de 30 semanas? Depois de vencida a primeira grande batalha de sua vida, a pequena Giovana veio dar o ar da sua graça aqui no blog, nessa linda história enviada pela mãe Márcia. Querida Márcia: obrigada por ajudar a aliviar a angústia de outras mães e pais contando um pouco sobre a chegada da Giovana. E muito obrigada pelo teu carinho conosco, foi emocionante ler tua mensagem! Um beijo no coração, tá?
"Estava tudo normal com minha gestação até que, no dia 28/11/2011 por volta de 11h da manhã, ao realizar uma consulta de rotina do pré-natal e fazer uma ultrasonografia, descobri que tinha apenas cerca de 55ml de líquido amniótico na placenta, mas não sentia de maneira alguma que estava perdendo líquido. A obstetra rapidamente me encaminhou para a capital do Estado (Fortaleza-CE) para que procurasse uma maternidade que tivesse condições de realizar o parto e que tivesse vaga em uma UTI NEONATAL, pois, se a criança nascesse com vida, precisaria de cuidados mais que especiais.
Por volta de 22h, já no hospital, foi realizada uma nova US e o líquido já havia diminuido para 24ml. Passei a noite em observação tomando soro e tendo os batimentos cardíacos do meu bebê monitorados, e assim permaneci até o dia em que a médica resolveu realizar a cesárea, após tomar várias injeções que amadureceriam o pulmão da minha bebezinha.
Giovana nasceu de 30 semanas, no dia 04/12/2011 às 17:35h com 38cm e 1,135kg. Com 8 dias ela chegou a pesar 840 gramas. Na sala de parto ouvi apenas a médica dizer: "Bem-vinda ao mundo Giovana!" e em seguida ouvi seu chorinho fraquinho e rapidamente a médica neonatologista mostrou-me minha filha toda enroladinha de uma maneira que vi apenas seu pequeno rostinho e a levou rapidamente para a UTI, onde já havia uma incubadora preparada para recebê-la.
Somente no dia seguinte pela manhã fui à UTI vê-la e, ao entrar fui prontamente recepcionada pela médica plantonista e pela enfermeira chefe que me conduziram ao Leito 06, onde minha filha permaneceria por tempo indeterminado.
Ao vê-la tomei um enorme susto: uma bebê extremamente pequena, magrinha, com dedinhos e pulsos cianóticos (roxinhos) por conta de exames realizados (sangue, gasometria, bilirrubina, etc...). Senti vontade de sair correndo dali... senti o chão sumir dos meus pés e comecei a chorar copiosamente!!! Sabia que ela nasceria com prematuridade severa, mas não imaginava ver minha filha passar por tanto sofrimento. Ela estava entubada, com sonda para alimentação, catéter umbilical, oxímetro ligado a seu minúsculo pezinho. Era tudo muito novo pra mim.
Passado o 1º choque, soube que não podería amamentar a minha filha inicialmente, e, pior ainda, que nem podería tirar leite para ser dado a ela por 15 dias, devido às medicações que eu tive que tomar após o parto, logo ela não tomaría o tão importante colostro. A sensação de impotência foi a pior possível, mas tive que levantar a cabeça e criar forças que somente poderiam vir de Deus, afinal Giovana iria precisar muito de minha presença ao lado, mesmo que fosse só pra olhá-la através da incubadora e sei o quanto foi importante estar ao lado dela.
Após 6 dias do parto recebi alta hospitalar e com alta mais uma grande tristeza: ir para casa sem levar minha pequenina em meus braços. Sentia falta de seus movimentos em minha barriga e essa ausência não pode ser recompensada por sua presença física porque ela tinha que ficar no hospital. É realmente uma sensação contínua de perder um filho, um medo que não passa!!!!!!!
E a partir daí a minha rotina foi de casa para o hospital. Ia três vezes por dia (manhã, tarde e noite) e tinha certeza que ela sentia a minha presença ao seu lado. Ficava tocando-a pelas janelinhas da incubadora e notava que ela ficava calminha com minha presença. Costumava ficar cantando para ela enquanto segurava sua mãozinha ou ficava passando a mão em sua cabeça. Ás vezes ela segurava meu dedo e levava para perto de seu rosto e assim dormia.
Passar o Natal e o Ano Novo assim foi muito difícil, mas a cada dia que se passava os médicos se surpreendiam com a evolução de seu quadro clinico, mas estavam preocupados com um refluxo gástrico que ela apresentava e também estava apresentando sintomas de anemia, mas estava, claro, sendo devidamente medicada, logo eu tinha esperanças de que ela ficaria bem.
No dia 1º de Janeiro de 2012, às 8h da manhã, ao entrar na UTI a médica me chamou e me disse que estavam tentando fazer a transição da alimentação via sonda para via oral e, em uma dessas tentativas Giovana teve uma parada respiratória! Mais uma vez chorei muito e soube que já haviam sido feito vários exames para saber o que estava acontecendo. A partir daí ela passou a ter quedas constantes de saturaçã . Uma semana depois outra parada respiratória e os médicos então, decidiram fazer uma transfusão de sangue. Mais uma vez o chão sumiu!!!!
A médica me informou que era um procedimento de risco, mas era necessário ser realizado, e que seus benefícios seriam bem maiores que os riscos. Eu não tinha alternativa e entreguei a vida da minha filha nas mãos de Deus e de Nossa Senhora, e também dos médicos em quem eu tanto confiava. Felizmente deu tudo certo e a partir daí minha neném melhorou consideravelmente... 12 dias depois já estava sem sonda, mamando em meu seio e fazendo complemento com fórmula... Até que uma inesquecível noite ela atingiu o tão esperado “peso de alta”: 1.800kg.
No dia seguinte pela manhã, ao ir ver minha filha recebi repentinamente a informação de que minha princesinha já poderia ir pra casa. Fiquei imensamente feliz e corri em casa para ajeitar algumas coisinhas que faltavam e também para pegar o que precisava para retirá-la da maternidade. Esse, sem dúvida nenhuma, foi o dia mais feliz da minha vida, o dia em que realmente pude pegar minha filha em meus braços e di
zer: É MINHA!!! Sei o quanto minha filha sofreu e o quanto ela “lutou” para sobreviver.
Hoje, aos 174dias de vida, minha filha está com 4.075kg e 56cm, e felizmente sem nenhuma seqüela. É uma criança saudável e muito esperta.
Agradeço a Deus todos os dias pela vida da minha filha e também por ter colocado “anjos de branco” em seu caminho que souberam agir e intervir no momento certo, possibilitando que ela hoje esteja tão bem.
Aos pais que estão passando por situações assim, não desanimem nunca, pois, como diz o ditado, “enquanto há vida, há esperança”. Sejam fortes e confiem no poder de Deus, pois Ele não nos desampara e não nos dá dores mais difíceis do que possamos suportar. Acreditem: milagres realmente existem, basta ter fé e acreditar!!!!!!!!!""
Márcia, mãe da Giovana.
Mensagem da amada Márcia pra mim:
"Oi Denise. Graças a Deus agora está tudo bem! Obrigada pela atenção.... estou sempre acessando o blog que é de tanta utilidade para mamães como eu, que passam por situações assim tão difíceis. A gente sempre se prepara para receber um bebê com tanta alegria e espera sempre que venham com saúde, mas, às vezes, o inesperado acontece...e aí, nessas horas é extremamene importante ter boas informações para que possamos superar as barreiras que a vida nos apresenta da melhor maneira possível. Obrigado e beijos pra vc e seus pequenos!"
Me sinto recompensada, renovada, abraçada com mensagens como essa! Márcia, eu é que tenho que agradecer por me fazer sentir assim. OBRIGADA!!!
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