04 de Setembro de 2023

História de um guerreiro, meu Pedro

Pedro Henrique nasceu dia 22/03/2022, com 1.800 kg e 41 centímetros. Foi uma gestação tranquila e do nada a bolsa estourou e foi aquela correria, contrações uma atrás da outra e o hospital com UTI mais próximo era a 32 km. Mas Deus nos acompanhou e conseguimos chegar. Lá a técnica de enfermagem examinou e chamou o médico correndo, meu guerreiro estava bradicárdico em sofrimento. O doutor examinou e disse “mãe, vamos fazer uma cesárea de emergência pois provavelmente seu bebê está morto”, eu perdi o chão com essas palavras que ele me falou. Minha pressão subiu e após entrar na sala de cesárea não lembro de muita coisa, eu conheci meu príncipe com 16 horas de vida. Aquele ser tão pequeno, eu não conseguia segurar o choro e as lágrimas brotavam do olho mesmo sem querer. Na UTI, Pedro não teve nenhuma intercorrência. Foram 18 dias na UTI e 4 dias no quarto e fomos para casa com 2,40 kg. Pedro em casa estava bastante manhoso mas estava indo tudo bem. No seu primeiro mês engordou 1.100, estava super bem. 32 dias após a alta Pedro e aparentemente pegou uma gripe, era fim de semana e não consegui consulta com nenhum pediatra. Na segunda, consultamos com a doutora dele e no mesmo momento já internou.

Era bronquiolite e já estava com esforço respiratório, com as costelinhas entrando e internamos. Veio o positivo pra vsr, esse vírus que eu nem sabia que existia. Logo que internamos fizeram resgate com nebulização e até então era dia 17 de maio. Ele apresentou uma pequena melhora na terça, sempre com muita vontade de mamar e o fazia muito só no seio. Na terça à noite chorou bastante e não dormiu nada, estava muito cansado e na quarta cedo começou o pesadelo. Às 10 horas a doutora passou e ele estava com muito esforço respiratório, suspendeu a mama e aumentou o oxigênio e só piorava. À tarde os médicos o avaliaram novamente e, por ter chorado muito porque queria mamar, às 16 horas liberaram o peito. Foi uma mamada e fez o peito de pombo que chamam, já tinha atelectasia em um dos pulmões. Às 18 horas decidiram por no cipap de bolhas e passou a noite agitado chorando muito com fome. Não podia mamar e na quinta de manhã foi pro respirador e continuava agitado. Decidiram sedar para o respirador poder ajudá-lo mais, mas meu pequeno forte como um leão lutava contra o sedativo e às 18 horas ainda troquei a fralda e ele ainda meio grogue olhava com um olhar pedindo ajuda. Logo adormeceu e às 19:30 estava sentada do lado do bercinho e uma enfermeira junto, pois já era paciente de UTI e não conseguíamos leito no estado inteiro para ele, pois precisava ser de UTI pediátrico em isolamento devido o vsr. Rezava pedindo a Deus que aparecesse leito pra ele ser melhor cuidado e do nada a enfermeira o monitorando e eu sentada ao lado, ele teve a primeira parada respiratória. Meu Deus! Saí no corredor chamando médicos que viessem pois meu pequeno precisava muito e me retiraram do quarto para reanimá-lo.

Eu estava sozinha, liguei pro meu marido e ele foi pra lá, estava muito assustado também devido a gravidade que ele tava. Demorou uns 20 minutos e nos deixaram entrar, ele estava sem cor alguma. Os médicos ligando e tentando uma vaga em uma UTI e nada. Às 22 horas, outra parada respiratória, e de novo saí correndo, porém os médicos já estavam em alerta, ele só piorava. Reanimação novamente e iriam mandar na vaga zero a um hospital, pois os 3 hospitais que ligaram o recusaram. O médico da UTI móvel se recusou a levá-lo pois não aguentaria a viagem. Ele se acalmou um pouco e estabilizou. Às 2:20 da manhã foi a pior a parada cardíaca, nesta demoraram a reanimá-lo e quando a médica saiu do quarto nos falou que ele poderia vir a óbito a qualquer momento, mas Deus não me abandonou naquele corredor de hospital frio.

Me ajoelhei no chão e pedi a Deus pela vida dele, que deixasse ele viver. O dia amanheceu e ele não parou mais, pedimos que a médica dele fosse vê-lo pois era intensivista e trabalhava no mesmo hospital, mas não na pediatria da UTI. Pedro só piorava e fizeram raio x e deu atelectasia nos dois pulmões junto com pneumonia, o tórax estava rígido e iniciaram medicação para convulsão. No sábado, permitiram que a doutora dele o avaliasse e foi Deus que a enviou. Ela mexeu em toda a medicação e Pedro começou a reagir, ainda teve que receber sangue duas vezes porque coletaram quase todos os dias para fazer gasometria e ver o nível de oxigenação do sangue. No total ficamos 19 dias internados e ele sobreviveu sem nenhuma sequela, nem motora nem neurológica. Pedro provou que Deus existe e ouviu nossas orações. Ele é o meu milagre, meu guerreiro que nasceu com muita vontade de viver. Deus é maravilhoso, não nos abandonou nunca!

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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