30 de Outubro de 2013
Heitor Emanuel: o guerreirinho precioso
“Tudo ia muito tranquilo até as 28 semanas de gestação, quando o nosso milagrinho Heitor Emanuel resolveu nascer! Na segunda-feira, dia 07 de janeiro de 2013, acordei sentindo umas leves contrações. Para mim, aquilo não passava de uma leve cólica. Achava que não tinha por que me preocupar, pois a minha gravidez era 100% saudável. Então, nesse mesmo dia, por volta das 18h30min, eu e meu esposo resolvemos ir ao hospital para o obstetra poder me avaliar e dar um diagnóstico do que estava acontecendo. Foi aí então que tudo começou...
Ao fazer o toque, o doutor disse que eu já estava com 5 cm de dilatação e que não daria mais para segurar o bebê, ou seja, o Heitor queria nascer. Senti uma mistura de medo e emoção e me desesperei em choros pela incerteza de como ele nasceria. Só que isso também se transformava em uma grande e linda emoção, pois, finalmente, iríamos conhecer nosso tão sonhado.
Fui dizer aos meus familiares que iriam me internar, nós estávamos no Hospital Esaú Matos. Todos me abraçaram e disseram que iria dar tudo certo. Então, o doutor me encaminhou para a sala de pré-parto e recebi alguns medicamentos. Naquela sala, eu orava pedindo a Deus que cuidasse do meu pequeno, que ele nascesse com muita saúde, mas o meu desespero só aumentava, eu não conseguia mais sentir ele mexer. Me desesperava a cada minuto com medo de que ele não se encontrasse mais com vida.
Na manhã da terça-feira, dia 08 de janeiro de 2013, às 08h35min, pesando 1,090 kg e medindo 38cm, o meu tão precioso, tão sonhado, tão amado chegou com uma vontade imensa de viver! Nasceu forte de parto normal e chorando. Ali começava uma grande luta! Não havia vaga na UTI e nem na semi. Heitor ficou dois dias em uma sala improvisada com alguns aparelhos, aguardando uma vaga. Ao vê-lo ali, tão indefeso, cheio de aparelhos, aquela cena me corroía por dentro. Eu nada podia fazer a não ser aguardar e orar por ele, e Deus ali estava a todo momento cuidando e protegendo o nosso menino.
Então, no dia 11/01/13, recebemos a notícia de que ele havia sido transferido para semi, que lá tinha surgido uma vaga e a luta dele ali continuava. Ele ficou por mais dois dias e surgiu a tão sonhada vaga pra UTI, para qual foi transferido e entubado. Cada dia pra nós era uma vitória, pois presenciamos lutas de outros prematurinhos lá e o sofrimento de outras mães. Heitor ficou na UTI por quase um mês, onde ganhou peso e aprendeu a respirar sozinho. Para a honra e glória do nome do Senhor, fomos transferidos para a semi, onde ficou por quase um mês também.
Nesse hospital, havia um projeto chamado mãe-canguru, o qual as mamães podem ser internadas juntamente com o bebê e acompanhar a cada dia o desenvolvimento dele até chegar nos 2 kg, para uma provável alta. Fomos transferidos para o canguru no dia 28 de fevereiro, foi tudo emocionante para mim, pois não precisava mais deixar o meu pequeno no hospital e vir pra casa. Ficamos no canguru por 15 dias e, na semana que teríamos a tão sonhada alta, Heitor teve uma apnéia e foi ficar em observação na semi-intensiva. O médico tinha me dito que estava tudo tranquilo e que ele ficaria ali por um tempinho, para logo voltar ao quarto comigo. Mas, no mesmo dia, durante a tarde, ele não conseguia mais respirar sozinho e voltou para a UTI. Foi desesperador para mim, o meu menininho que estava saudável, prontinho para irmos para casa, por que com ele?
Heitor ficou alguns dias na UTI, foi entubado, desentubado, passou pelo CPAP e depois pelo Hood. Com toda a sua vontade de viver, conseguiu voltar a respirar sozinho. Ah, meu Deus, como eu fiquei feliz! Mesmo na incubadora, com alguns aparelhos, Heitor não parava quieto, era um sapeca e toda hora os aparelhos tocavam. Então, o meu pequeno guerreirinho saiu da UTI e foi para a semi novamente, onde terminou o antibiótico e foi transferido para o BBR - berçário de baixo risco. Isso aconteceu num sábado e eu, juntamente com o pai dele, comemoramos muito: novamente havia a esperança de recebermos a tão esperada alta.
Heitor ficou ali dois dias e, na segunda-feira, dia 25 de março de 2013, o Dr. Guilliano nos deu a notícia que tanto esperávamos: a alta para o meu Heitor. Não só para ele, como para mim e para o pai dele também, fomos para casa muito felizes. Deixamos naquele hospital todas as nossas lembranças ruins e só nos recordamos dos momentos bons, de cada recuperação, cada passo, cada avanço que presenciamos que ele dava! Mas a lição de tudo o que vivemos é que Deus sabe exatamente o que Ele faz e, independente de como ou o por que do acontecer, é que eu me sinto uma mulher muito abençoada. Recebi um pequeno ser que me ensinou tudo: tudo sobre o amor e sobre a vontade de viver.
Me sinto abençoada por Deus por Ele ter me escolhido para gerar o Heitor. Meu guerreirinho, meu amor, meu precioso. Ter medo é normal, não há como não ter, mas eu tinha a certeza de que o meu Deus não iria tirá-lo de mim e que nos concederia esse milagre, essa vitória, e assim foi feito! Hoje, o meu Heitor tem seus 7 meses e é um bebê super saudável e sapeca. É o motivo de toda a minha alegria, a razão da minha vida. Então, mamãe, você que está passando por uma situação igual ou parecida, peço que não desista. Tenha fé e a vontade de Deus será feita!”
Jeane, mãe do Heitor Emanuel
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