14 de Maio de 2013

Felipe, uma história de amor

"A gravidez seguia tranquila, esperava com tanto amor o meu filho... porém na 31ª semana de gestação senti uma leve dor de cabeça, trabalhando na enfermagem, verifiquei a Pressão Arterial, e estava lá 130x90mmhg. As minhas amigas de trabalho, incluindo a minha chefe, Márcia e Simone, moveram os médicos, ligaram para o meu ginecologista, e fui acompanhada por uma colega de plantão até a Santa Casa de Vinhedo, para realizar exames complementares.

Para mim era tudo exagero, eu estava bem, fiquei internada por 3 dias, mas estava tudo bem. Meu médico me deu um atestado para ficar em casa 30 dias, porém o Departamento Pessoal me questionou, disse que aceitava 15 dias, se eu não conseguia voltar a trabalhar dali a 15 dias. Não sou ignorante, sou auxiliar de enfermagem, formada em Direito, sou advogada, tenho carteira da OAB, passei na prova e advogo aqui na minha cidade, porém achei que sim, poderia trabalhar mais um pouco.

Voltei a trabalhar dia 15 de novembro no feriado. Passei até que bem o meu dia. Ao sair, às 19h, estava com 140x90mmhg, então fui para casa. Às 22h, fui na farmácia e a pressão continuava a mesma coisa. Fui direcionada ao CAISM, pois não possuía convênio na època... o bebê nasceu às 03h10min da manhã do dia 16 de novembro, com 33 semanas, pesando 1.790kg, com 43 centímetros, meu Deus...

Que sofrimento, que tristeza, ver meu filho dentro daquela incubadora, sem poder pegar no colo, sem poder dar de mamar, a casa vazia, abandonei a minha casa meu marido, e passei a ficar em Campinas  na casa de meu irmão lindo Benedito, ficava o dia todo na Unicamp...

Pois o Felipe ficou uma semana na UTI, e foi para o semi-intensivo, eu trocava, eu dava banho, eu dava o leitinho, e esse Felipe nada de aprender a mamar, para irmos para casa. Eu vivi ali uns 15 dias das 7h da manhã ás 20h, fazia plantão 12x11, no Caism, até que ele  teve alta depois de tanto choro, aprendeu a mamar.

Em casa mais uma luta, pois não acordava para mamar, tinha que deixá-lo sem roupas, ainda tirava leite no copinho e complementava pois o danado sorvia que era uma beleza do copinho, mas do peito, era só um pouquinho, pois cansava e já queria dormir de novo, mamou por 1 ano e 8 meses no peito, a vida passa a ser só para eles...

Meu marido foi forte e guerreiro, pois permaneceu ali, mesmo sem atenção nenhuma, eu o amo muito por ter permanecido forte, sabendo ser minha última opção enquanto eu cuidava daquela criança, pois aquela criança também era a primeira opção do meu marido.

Hoje o Felipe tem 5 anos, 22kg, lindo, inteligente, amoroso, diz que me ama todos os dias...valeu a pena a gravidez, o sofrimento, eu me reinventei diante de tanto amor de ser mãe de prematuro."

Helenice, mãe do Felipe.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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