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29.12.2011

Endometriose e parto prematuro


     "A endometriose nos ovários pode estar relacionada a partos prematuros. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores da Monash University, na Austrália. Para chegar a esse resultado, foram analisados os registros de 6.750 nascimentos de bebês únicos entre 1991 e 2004.


     Comparando os dados sobre as características da gravidez das mulheres selecionadas, os especialistas encontraram maior índice de partos prematuros em mães com endometriose ovariana e que tinham passado por fertilização in vitro. 
     Mas a combinação dessas características pode realmente antecipar o parto? De acordo com Rosa Maria Neme e Maurício Simões Abrão, ginecologistas especializados em endometriose, a constatação é inédita, mas precisa ser validada com mais estudos.
     Maurício Simões Abrão, presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, explica que no período em que a pesquisa foi realizada (1991 a 2004), a endometriose profunda não era amplamente conhecida – o que aconteceu a partir de 1998. O médico acredita que problemas na gravidez têm mais chances de aparecer em mulheres com estágio avançado da doença, não importa onde ela se manifeste – diferente do que constatou a pesquisa em relação à endometriose nos ovários.
     Então, como explicar a relação de fato constatada pelos pesquisadores? Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo, explica que um dos fatores é o processo inflamatório causado pela doença, que pode aumentar as contrações uterinas e antecipar o parto.
     De acordo com Maurício Abrão, as alterações no endométrio que podem surgir em mulheres com a doença também complicam a gravidez pois a placenta se desenvolve num ambiente impróprio.
     Os especialistas afirmam que não há motivos de alarde. As mulheres com endometriose – estima-se que 15% em idade reprodutiva – devem, no entanto, ter cuidado redobrado na gravidez. Nos três primeiros meses, os médicos recomendam doses de progesterona, chamado “hormônio da gravidez”. Dali em diante, visitas ao obstetra com frequência garantem o bom andamento da gestação.

O que é endometriose?



     A doença acontece quando células do tecido do endométrio – camada que reveste o útero – migram para outras regiões do corpo. Isso pode ocorrer por vários motivos, desde fatores genéticos, imunológicos e até mesmo estresse.
     O principal sintoma da endometriose é a dor, e, em segundo lugar, a infertilidade. “Muitas mulheres descobrem que têm a doença ao fazer tratamentos para engravidar”, explica Rosa Maria Neme. A médica aconselha às pacientes que se submetam aos tratamentos de fertilização ao invés de curar a endometriose, pois o resultado costuma ser mais satisfatório.
     O tratamento definitivo da doença é cirúrgico. Mas ela pode ser controlada por medicamentos. Os especialistas explicam que o diagnóstico é o passo mais complicado. Por mais comum que seja, a endometriose ainda é desconhecida por muitas mulheres e descartada por seus médicos. Além disso, ela só pode ser comprovada por meio de intervenção cirúrgica. No entanto, existem técnicas que ajudam a diagnosticar a doença, incluindo exames não invasivos e ultra-som.


Fontes: Rosa Maria Neme, doutora em ginecologia pela USP e diretora do Centro de Endometriose São Paulo; Maurício Simões Abrão, médico responsável pelo Setor de Endometriose do Hospital das Clínicas e presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva. Saiba mais: www.endometriosesp.com.br e www.endometriose.net

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI62832-10571,00.html



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