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03 de Janeiro de 2014
Dois prematuros, dois presentes de Deus
“O meu nome é Cleise, tenho 29 anos e tive duas gestações de prematuros. A primeira foi do Bruno Vitor, que nasceu com 35 semanas de gestação, com 1,975 kg e 40 cm, no dia 13 de novembro de 2008. Ele ficou na Neo apenas para ganho de peso por 15 dias, foi uma recuperação espetacular. Mas o pior estava por vir.
Na minha segunda gestação, três anos depois do Bruno, desconfiada da gravidez e já com muito medo da prematuridade, fiz o ultrassom com 4 semanas de gestação e apareceu apenas o saco gestacional. Ali começou o meu pânico. Várias as conversas em que apareceram, a minha pressão arterial começou a subir imediatamente. Passei com o meu médico e ele pediu outro ultrassom em duas semanas e lá estava o Nicolas. Fiquei mais tranquila, mas sempre tive a sensação de que seria uma gestação prematura. Comecei a pesquisar qual o menor bebê havia se criado, com quantas semanas tinha nascido, entre outros.
No dia 12 de outubro, fui internada com muita dor de cabeça, a pressão estava 19 por 11 e nada de baixar. Começaram a tentar vaga para me transferir para um hospital que tivesse UTI Neonatal, porque provavelmente o meu bebê nasceria. Mas a vaga só apareceu no dia 14 de manhã. Fui transferida, então, para o hospital e maternidade Madre Theodora em Campinas. Chegando lá, fiz um ultrassom e os médicos constataram que não havia mais nada de líquido amniótico na bolsa e que teria que ser feita uma cesária urgente, porque o bebê não se mexia muito. A minha pressão estava muito alta e sem controle.
Às 18h30min, ouvi o choro dele e, de repente, calou. Os médicos disseram que tinham o levado para os procedimentos e que ele estava bem. Me acalmei e quando fui até a UTI vê-lo não me assustei, pois foi muito parecido com o Bruno pequeno, intubado, muito sensível. O menor bebê da UTI, porém, o mais guerreiro. Nicolas nasceu de 27 semanas de gestação, pesando 1,100 kg e 37 cm, no dia 14 de outubro de 2012. Saudável, precisava apenas ganhar peso.
Fiquei internada por 10 dias devido a pressão alta e podia vê-lo mais enquanto eu estava internada. Depois da alta, ia uma vez ao dia para ter notícia. Cada grama era uma conquista, cada grama perdida era um choro no caminho de volta. Todas igrejas em oração constante e, graças a Deus, todos os dia tinha boas notícias. Na troca de plantão, ouvia os médicos dizerem que o Nicolas era o orgulho da UTI, pois ele era o menor e mais valente. Não teve nenhuma infecção, o que ajudou muito em sua recuperação e era muito bonzinho. Foram 42 dias de lutas e dificuldades, mas venci, graças a Deus. Hoje ele está com 1 aninho e já treina seus primeiros passinhos. É lindo e arteiro.
Enfim, a luta é grande, o desespero também. Só quem passa para realmente entender. Mas Deus tem um propósito na vida de cada um, então temos apenas que colocá-los nas mãos Dele, assim como os meus prematuros são presentes de Deus.”
Cleise, mãe do Bruno Vitor e do Nicolas
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