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28 de Outubro de 2012
Brayan e Kauan, 28 semanas: fé, esperança e muito amor
Obrigada, Juliana e Reginaldo, por nos compartilhar conosco a história de prematuridade seus amados Brayan e Kauan. Um beijo em toda família e muita saúde para os meninos!
[caption id="attachment_2722" align="alignright" width="300" caption="Os pequenos Brayan e Kauan"][/caption]
"Todo mundo conhece alguém que teve um filho prematuro: a irmã da colega de trabalho, a prima do marido da tia, a sobrinha da vizinha... e por aí vai.
Mas quando acontece com alguém bem próximo tudo soa muito estranho. Afinal, pelas regras ditadas na nossa sociedade: o bebê tem que nascer rechonchudo, as lembrancinhas de "Adorei a sua visita" tem que ser distribuídas no outro dia de nascido, ele tem que dormir ao lado da mãe na maternidade e, é claro, você tem que sair do hospital com o seu filho nos braços com toda pompa e circunstância como o primeiro grande evento da maternidade pós-nascimento.
Mas aí nada disso acontece. E parece estranho para todo mundo. Até a enfermeira desavisada da maternidade lhe pergunta: "Ué, cadê o bebê?".
Pois o bebê é um guerreiro, lutando pela vida dentro de uma UTI Neonatal, provavelmente ainda precisando de respiração artificial, de ganhar peso, de driblar as infecções hospitalares, de passar por cirurgias.
É incrível as pessoas ao redor não se darem conta de que existe, sim, uma grande quantidade de crianças que nasce prematuras e sobrevive bem... graças a uma medicina avançada, cheia de recursos. Pode dar notícia em jornal os bebês que nascem com 500 gramas (realmente não tão comuns), mas os de um quilo... estão por aí... reagindo, vencendo, apesar de não seguirem os padrões de receberem as visitas assim que nascem e de os pais não poderem avisar com orgulho que o filho " já nasceu criado, com 4 quilos e tanto".
A pior pergunta que alguém pode fazer aos pais de um recém-nascido prematuro é: "Quando ele vai para casa?". Porque a resposta é uma só: "Não sabemos". São tantas as variáveis até o bebê estar pronto para deixar a incubadoura (que eu chamo de "segundo útero") que não pode existir pressão.
Brayan e Kauan, que nasceram no dia 09 de julho 2009 de 28 semanas, e que ficaram na UTI do hospital Madre Theodora por 3 meses, vieram antes da hora e, por isso, com baixo peso, e muitos probleminhas. Lutaram constantemmente pela vida um dia e outro, sem desistir , muita oxigenação mecânica, óxido nítrico (acho que é esse o nome), transfusão de sangue, exames ..exames...etc...
A confiança de que Deus e uma excelente equipe médica estavam no controle, nos ajudou a aguardar um dia após o outro. Não tive a grata experiência de estar com os meus filhos desde os primeiros dias, curtindo o quartinho, a queda do umbigo, os primeiros banhos.
Em vez de me deliciar com os primeiro sorriso, fico eufórica com o primeiro dia sem o aparelho de respiração. Em vez de curtir uma roupinha nova, me encanto com o lençolzinho colorido da incubadoura, já que os prematurinhos não vestem roupa numa UTI. Muita felicidade também quando se aumenta 1ml de leite na sonda.
Conversávamos com eles e contávamos tudo que estava acontecendo. Repetíamos infinitas vezes que eleseram lindos, corajosos e muito amados. O meu maior presente depois que eles nasceram? Foi poder segurá-los nos braços, depois de um mês e alguns dias de nascidos: a sensação mãe canguru é inexplicável. Sentir eles em meu corpo, sem explicações. Somos todos pais: amorosos, preocupados, tentando acertar e nem sempre conseguindo. Mas pais de bebês prematuros têm um diferencial: enxergam o filho com uma lupa... cada ínfimo detalhe de progresso é comemorado com uma emoção indescritível.
[caption id="attachment_2723" align="alignright" width="189" caption="O mano mais velho, Rafa"][/caption]
Chorei feito criança no momento em que pude levar o Brayan para casa, mas ainda tinha que deixar o Kauan, isso foi doloroso. Mas nos dividíamos entre os dois, e com muita luta, o Kauan foi liberado.
Esse mês completaram 3 anos sem nenhuma sequela, fortes sadios, inteligentes e lindos!!!.
Sei que ainda vão existir outras lágrimas... mas tenho a certeza e a fé necessária para saber que o pote das alegrias é o que vai transbordar!
Brayan e Kauan: mamãe e papai amam muito vocês.
E aqui deixo o meu recadinho ao Rafa, meu filho mais velho, que com 9 aninhos passou por tudo isso junto, torcendo, vibrando e sofrendo pelos irmãos. Entã, Rafa, você foi tão vitorioso quanto eles.
Tenho que agradecer a todos que rezaram e ajudaram.
Juliana e Reginaldo, pais do Brayan, do Kauan e do Rafa.