Esse registro extraordinário demonstra a fragilidade dos bebês prematuros. Nascida com apenas 26 semanas e menos de 500 gramas, essa pequena menina estava internada em uma UTI Neo nos Estados Unidos. A foto foi publicada por uma enfermeira no Figure 1, um aplicativo e site onde equipes médicas compartilham imagens e recebem comentários dos colegas.
"Eu estava trocando sua fralda e ela simplesmente segurou a minha mão", escreveu a enfermeira. "Eu tive que parar e apenas deixar. Contato humano é tão importante para esses bebês". A foto foi tirada antes das regras do hospital que ela trabalha serem introduzidas, exigindo que a equipe use luvas durante os processos de rotina como trocar fraldas e medir a temperatura, para prevenir infecções. "Isso me deixou triste porque eles realmente precisam de contato humano", ela escreveu. Na Inglaterra, a equipe neonatal não precisa usar luvas assim como o contato da pele é tão benéfico. Pesquisas mostram que desde o nascimento o toque é crucial para o desenvolvimento físico e psicológico da criança. É ativamente encorajado entre mães e os recém-nascidos. É um pensamento para estimular a produção de prolactina, o hormônio que estimula o leite, e oxitocina, "o hormônio de carinho".
Isso ajuda a explicar porque o contato pele a pele entre mães ajuda a prolongar a amamentação, segundo um estudo publicado ano passado pela Universidade Vanderbilt, nos EUA. Incrivelmente, bebês prematuros que recebem o contato pele a pele apresentaram benefícios 20 anos depois, segundo um estudo colombiano que acompanhou mais de 250 bebês. Os pesquisadores, que escreveram no conceitado Pediatrics em dezembro, reportaram que essas crianças tiveram redução na hiperatividade, absentismo na escola, e também são menos agressivos e mais sociais que um outro grupo controlado.
E os exames cerebrais comprovam que o grupo do canguru também tem mais massa cinza, o tecido que comporta importantes células do cérebro. Isso porque o fato desses bebês ficarem mais calmos e dormirem melhor, ajuda na maturação do cérebro. "Expor eles a bactérias da pele da mãe também os ajuda a desenvolver o sistema imunológico", completa Kate Pinney, obtestra responsável pela instituição de gestantes Tommy's. "Para bebês prematuros o contato de pele é muito importante, porque eles precisam de mais ajuda para superar".
"Os bebês se aproximam porque eles precisam recriar condições que foram experimentadas antes do seu nascimento", diz o professor Craig Jackson, psicológo da Universidade da cidade de Birmingham.
A boa notícia é que a bebê da foto é agora uma feliz e saudável menina de 9 meses de mais de 6kg, conta a enfermeira. Ela finaliza: "Bebês prematuros são a definição de milagre. Eu tenho o melhor trabalho do mundo".
Fonte da notícia: Daily Mail (notícia original publicada em 14/03/17)
(Foto: Reprodução)