19 de Agosto de 2021

Bárbara Elisa Nosso Milagre

“Essa é a história de Bárbara Elisa, prematuro extremo 30 semanas e 4 dias, asfixia perinatal, inalou mecônio, 3 infeções.Minha gravidez seguia normal até a vigésima semana, quanto tive um sangramento e precisei ficar 5 dias de repouso absoluto.

Era um fatídico domingo 11.11.2018 já acordei sentindo dor, continuei minha rotina, pesquisei e vi que contrações de treinamento podem iniciar a partir do 7° mês e as dores só aumentaram durante o dia, por volta das 16:00h mandei mensagem para uma amiga enfermeira e ela pediu que eu fosse até a maternidade, mas resolvi adiar achei que fosse passar e ficar tudo bem.

Não passou e às 18:00h resolvi ir ao hospital com meu esposo, esperamos mais ou menos 30 minutos para ser atendida, logo após fiz uma cardio e deu que realmente eram contrações. Em seguida fui atendida pelo obstetra, que tomou um susto quando me examinou e estava com dilatação completa, ficamos muito assustados, estava com 30 semanas e 4 dias e o médico deixou bem claro que a maternidade não tinha suporte pra receber um bebê daquela idade gestacional.

De imediato comecei a tomar remédio para inibir as contrações e injeção para amadurecer o pulmão para tentar chegar a cidade de sobral, ele deixou claro que eu podia entrar em trabalho de parto a qualquer momento e inclusive o bebê podia nascer no caminho. Em meio ao medo, susto e sem saber o que aconteceria, chegamos no hospital já era madrugada 12.11.2018, as dores tinham cessado e o que eu mais ouvia era, sua barriga é a melhor UTI, segui durante o dia com contrações.

Chega a noite e os remédios pareciam não fazer mais efeito, as contrações aumentaram muito, do meu lado a todo instante meu esposo. Terça feira 13.11.2018 eu tinha certeza que não dava mais para suportar e minha filha iria nascer de qualquer jeito. Era mais ou menos 8:00h o médico chegou e me examinou, já tinha sangrando muito e ele disse que faria meu parto naquele momento, ela estava entrando em sofrimento e às 08:38h nasce Bárbara Elisa pesando 2.148Kg e 43cm uma surpresa para todos.

Entubada e levada para UTI Neo imediatamente, não sabíamos mas ali iniciaria uma batalha de 64 dias. A rotina no hospital era dividida entre UTI, ilha do peito para tirar leite, porque ela se alimentava por sonda e capela pedindo força à Deus, não era fácil ficar longe da minha filha e ver ela daquele jeito.

Com 28 dias de UTI Bárbara Elisa foi transferida para o Berçário, pois para nossa alegria ela já respirava sozinha, quando pensávamos que estava perto de receber alta ela piora e precisa ser entubada às pressas, a UTI neonatal estava lotada e não tinha ventilador para entubar, foram duas horas de espera, angústia e medo, ninguém acreditava que ela resistiria, apenas nós.

Eu não conseguia me conformar com o estado de saúde dela e com sua falta, pois tinha voltado para estaca zero, tudo de novo. Sofria ao ver minha filha chorando e eu não podia fazer exatamente nada. Aqueles foram os piores dias desde que ela nasceu, eu saía da UTI e corria para Igreja, lá eu encontrava refúgio e coragem para seguir.

Os dias passaram e para surpresa de muitos Bárbara Elisa começava a se recuperar, ativa, parecia outro bebê, foi quase um mês novamente na Neo, quando as pediatras decidiram mandá-la para o Berçário, como eu sentia medo de uma nova infecção. Exatamente 2 meses depois fomos transferidas para a mamãe canguru, ali foram nossos primeiros momentos juntinhas de verdade, primeira noite com a mamãe. E no dia 15 de janeiro de 2019, 64 dias depois ela recebeu alta e como eu sonhei com aquele dia, finalmente levaria minha filha para casa. Hoje, Bárbara Elisa está com 9 meses e segue se desenvolvendo muito bem. Nosso milagre!”

(Relato da mamãe Luana, enviado em 2019)

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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