07 de Novembro de 2012

Arthur: milagre dentro e fora do ventre


Obrigada, queridos Carlos e Carol pelo carinho e por enviar-nos esse lindo relato. Muita saúde pro Arthur!

"Minha  gestação estava tranquila, nem sequer enjôos eu sentia.

Foi na noite do dia 01/06 que acordei toda molhada, achei que tivesse feito xixi. Levantei, tomei banho e voltei a dormir. Depois de mais ou menos 1 hora, novamente acordei molhada e quando levantei para ir ao banheiro desceu muito líquido, mas como nunca tinha escutado falar que a bolsa pudesse estourar antes da hora, esperei o dia amanhecer para ligar pra minha obstetra, e para meu desespero ela não estava na cidade e a secretária dela me encaminhou para outro médico.

Nesse tempo de ida ao médico, não perdi nada de líquido. Quando chegou a minha vez de consultar daí sim desceu muito, muito líquido. O médico ficou espantado e nem chegou a conversar comigo,  já foi logo fazer uma ultra pra ver o que estava acontecendo... e para minha surpresa a minha bolsa estava rompida!

Estava de apenas de 25 semanas de gestação e o bebê não pesava nem 700g! O médico foi muito realista disse que as chances dele sobreviver eram mínimas e que a qualquer momento ele iria nascer porque a qualquer momento eu ia começar a sentir contrações e o risco de pegar infecção também era muito alto... Nesse momento o chão desabou sobre minha cabeça e do meu esposo... fiquei desesperada e fui internada...

Cheguei no hospital, já fiz vários exames e tomei a injeção para maturar o organismo do bebê. A cada duas horas as enfermeiras vinham escutar o coraçãozinho dele; era sempre um momento de muita tensão. O médico, muito atencioso, passava várias vezes no quarto, sempre me acalmando e explicando que quanto mais tempo o bebê ficasse na minha barriga, melhor, mas que uma paciente dele que mais tempo ficou com o bebê com a bolsa rota tinha sido 12 dias.

Eu não parava de rezar e pedir a Deus que eu conseguisse segurar ele pelo menos por mais um dia, eu nunca achei que fosse perdê-lo, eu sempre com muita fé e pensamento positivo tinha certeza a todo momento que ia dar tudo certo...

Passou 1 dia, 2, 3... e começaram a espaçar o tempo de escutar o coraçãozinho dele. Antes era de 2 em 2 horas, depois foi pra 4 em 4 e ele sempre ali, firme e forte, sempre muito ativo. E toda semana fazíamos o doppler e ele cada dia ganhando peso, desenvolvendo normalmente...  e eu sem nenhum líquido na placenta!

Enfim, depois de 1 semana, minha médica chegou. Ela sempre cuidou muito bem de mim, sempre muito carinhosa e isso me dava uma segurança enorme... Eu fazia exames de sangue 1 dia sim e 1 dia não para verificar se tinha algum tipo de infecção, já que era um canal que estava aberto. Mas graças a Deus, nunca deu nada, sempre negativo.

Recebi muitas visitas e orações da minha  família e amigos e isso só me fortalecia e fortalecia meu bebê. Fiquei internada no hospital em repouso absoluto por 30 dias e no dia 01/07 comecei a sentir contrações e tivemos que fazer a cesárea para a chegada do Arthur.

Eu fui para o centro cirúrgico chorando muito, estava com muito medo, mas minha família mais uma vez me deu muita força. Estava todo mundo lá, esperando meu príncipe nascer...

A cesárea foi tranquila, e quando ele nasceu, não pude ouvir o chorinho e nem sentir o cheirinho dele porque ele foi direto para UTI. A pediatra só me falou o peso que ele tinha nascido, 1,310kg e 37cm:  meu Deus, eu não tinha noção do tamanho que ele era, pois eu nunca tinha visto um prematuro...

Só fui conhecer o Arthur no outro dia, no horário de visita da UTI. Quando entrei na UTI, tinha vários prematuros e o meu lá, tão pequenininho, com sonda e soro... A primeira sensação que tive foi de muito medo, mas dizia o tempo todo que amava ele, que ele não precisava ter medo, que a mamãe e o papai estavam ali... sempre conversava muito com ele, e como todas as mães de prematuros.

A rotina se iniciou: levar leite de manhã, à tarde e à noite. Mas eu só podia vê-lo no horário de visitas, durante 30 minutos. A dor de ir embora e deixar ele lá todos os dias era grande.

Pude pegá-lo no colo quando ele estava com 15 dias. Ele não precisou ficar intubado, graças a Deus, o pulmãozinho dele estava perfeito, pois tinha dado tempo de tomar 4 injeções para maturá-lo. Ele teve apnéia 2 vezes e só. Não teve nenhuma outra complicação.

O Arthur ganhava peso muito fácil, e com 36 dias de UTI, levamos ele para o quarto... Nossa, um alívio poder pegá-lo, dar de mamar, trocar...

Hoje sim sou uma pessoa forte, feliz e realizada com o meu príncipe!

E hoje o Arthur está com 1 ano, lindo, saudável, inteligentíssimo! Ainda fazemos acompanhamento para verificar se ficou alguma sequela da prematuridade, mas Graças a Deus nada de sequelas.

Carol, mãe do Arthur.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

Compartilhe esta história

Tem uma história de prematuridade para compartilhar?

Envie seu relato para gente e faça a diferença para quem precisa de palavras de força e esperança nesse momento.

envie sua história

Conheça outras histórias

Veja histórias por:

    Últimas Notícias

    Receba as novidades

    Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que acontece no universo da prematuridade.