15 de Maio de 2013

Ana Clara, o bem mais precioso

"Meu nome é Gabrielle, sou mãe de uma prematura de 28 semanas que se chama Ana Clara.

Tenho 15 anos e engravidei com 14. Minha gravidez foi de risco desde o inicio, tive princípio de aborto com 1 mês e logo depois descobri que minha epilepsia tinha voltado. Fiquei tomando remédios controlados a gravidez inteira, com medo de algo acontecer com minha filha. No 5º mês fiz uma morfológica para saber se minha filha tinha alguma má formação, mas para minha felicidade ela não tinha absolutamente nada. Pelo ultrassom percebi que seria uma menininha muito esperta.

No meio do 5º mês vieram as contrações, como eu sofri com elas, tive que interromper meus estudos pois precisava de repouso absoluto. No final do 6º mês elas pioraram, minha bolsa rompeu e fui correndo para o hospital. Chegando lá, a médica me examinou e disse que eu teria que internar para tomar um remédio, disse também que eu já estava com 1cm de dilatação. Morri de medo de perder minha filha!

Internei, tomei as injeções e fiquei na esperança das contrações passarem. Tomava remédios para dor e nada adiantava, fiquei 6 dias internada esperando minha filha nascer. No dia 27/10/12 fiz um ultrassom para saber como estava meu líquido amniótico e aí veio a notícia: eu não tinha mais líquido nenhum, nem uma gotinha sequer, então fui para o quarto esperar a minha cesárea.

A médica chegou às 15h, ela nem tinha olhado o resultado do meu ultrassom. Quando minha mãe contou, ela foi atrás de vaga na UTI neonatal para internar minha filha mas, para o meu azar, no hospital onde eu estava internada não tinha vaga. Ligamos para vários hospitais na esperança de ter algum com vaga. Depois que minha mãe, minha sogra, meu namorado e meu melhor amigo (e padrinho da minha filha) brigaram com os médicos, conseguiram uma vaga às 21h40min no melhor hospital da minha cidade. Fomos correndo pra lá de carro, pois uma ambulância iria demorar muito. Chegamos lá e, enquanto meus familiares preenchiam a ficha de internação, eu fui com a médica ouvir o coração da minha filha. Estava tudo bem com ela.

Fui para a sala de parto e eu estava tão dopada que nem consegui tirar minha roupa sozinha. As enfermeiras fizeram os procedimentos e eu tomei a anestesia. Depois de muita tensão na sala de parto, minha bebê nasceu! Ela demorou a chorar mas chorou, coisa que os médicos não acreditavam que iria acontecer. Ela nasceu às 22h41min do dia 27/10/12 com 1,325kg e 38cm. Os pulmões não estavam formados, os rins não funcionavam e ela tinha um buraco no coração. Para piorar ainda mais, ela tinha uma infecção no sangue que virou uma MENINGITE. Eu também contraí essa infecção, mas a minha foi mais leve do que a dela. Sempre que eu ia visitá-la eu passava mal, era horrível ver ela ligada nos aparelhos, tomando muitos remédios.


Minha filha ficou 40 dias internada, uma surpresa para os médicos, pois todos achavam que ela ficaria no mínimo uns 3 meses. Saiu de lá bem, sem NENHUMA seqüela, com 1,940kg e 41cm, foi uma felicidade para nós. Hoje ela tem 4 meses, está com 4,700kg e 56cm e tem o desenvolvimento de uma criança nascida de 9 meses. É uma bênção para a minha família, todos que a conhecem se apaixonam, nem parece que ela teve tudo isso. Todos que vêem o resumo de alta dela se assustam.

Depois de muitas orações, ela está aqui conosco: Ana Clara Bazílio de Souza, nosso bem mais precioso."

Gabrielle, mãe da Ana Clara.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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