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20 de Dezembro de 2013
Ainoã, um guerreiro cheio de luz
“A minha vida virou a maior felicidade quando fiz o teste de farmácia para gravidez e deu positivo. Eu tinha perdido uma gravidez há 3 meses e a médica não me dava muita chance de engravidar facilmente, porque já estava com 38 anos. Mas eu queria muito ter outro filho, e, assim, comecei os cuidados, através do pré-natal, alimentação adequada, exercícios, etc.
Chegado o quinto mês de gestação, não me encontrava bem. A minha cabeça doía e o médico me derivou para gestação de alto risco por pressão alta. No natal desse ano, já com 39 anos, comecei a passar mal e tive que ir na emergência do hospital. Lá fizeram exames e o médico falou que eu teria que ficar internada, porque eu estava com muito inchaço nas pernas e teria que fazer exame de urina. Foram dois dias de espera até o resultado ficar pronto. O médico chegou até nós com cara de preocupação, falando que os rins estavam parando de funcionar e que o ultrassom tinha acusado infarto na placenta, ou seja, o meu bebê não estava recebendo nem comida, nem oxigênio suficiente. Foi marcada, então, uma cesárea de urgência para o dia seguinte. O médico dava apenas 20% de chance do meu bebê sobreviver, devido ao baixo peso e as apenas 28 semanas de gestação. Essa noite chorei muito, rezei, escutei cada toque do sino da igreja próxima.
No dia seguinte, um sol lindo amanheceu. Era 28 de dezembro, Dia dos Santos Inocentes. Fiz uma oração especial, pedindo força e muita fé. Quando Ainoã nasceu, foi levado para UTI Neonatal, e só consegui vê-lo no dia seguinte. Ele era uma coisinha mínima entre um monte de fios e aparelhos que apitavam. Quase desmaiei. 600 gramas. Nunca tinha visto de perto um ser tão diminuto e, mesmo assim, com tanta vida. Conetado ao respirador, ele se remexia dentro da incubadora.
Foram 4 longos meses de espera, com paradas respiratórias, intubação, CPAP, intubar de novo, Canguru, dia a dia, grama a grama, gota a gota de leite pela sonda. Até que, por fim, os esperados 2 quilos para ir para casa!
Hoje, Ainoã, este guerreiro, tem 8 anos e está prestes a fazer 9. Ele é um maravilhoso lobinho escoteiro, estuda no 3º ano da escola regular e se comunica em libras e português oralizado, porque teve perda auditiva pelo tempo prolongado de UTI e medicação forte. É um ser de luz, inteligente, cheio de vida, amoroso e amado por todos. Uma pessoinha que enche a minha vida de significado e me mostrou quanto a gente aprende a ser forte quando não tem outra saída, e que temos que ter coragem e enfrentar os obstáculos. Ele me ensina todo dia a ser uma pessoa melhor e eu agradeço a ele por ter me escolhido como sua mãe.”
Silvia, mãe do Ainoã
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