09 de Setembro de 2013

Abençoado desde o ventre da mãe: Heitor Rafael

“Heitor nasceu ao completar 34 semanas de gestação. Antes dele, eu havia perdido dois bebês e, para manter esta gestação, aplicava todos os dias uma injeção de Clexane na barriga. Saí de casa com meu marido para fazer apenas mais um ultrassom de rotina e, no consultório, percebi o olhar preocupado do médico enquanto me examinava. Meu Heitor estava sem movimentos, apenas o coraçãozinho batia! A partir de então, começava o desespero, a gravidez teria que ser interrompida naquele momento para salvar a vida do meu pequeno.

Ele estava em sofrimento fetal agudo e rapidamente fui encaminhada ao centro cirúrgico. O médico plantonista deu ordem de retirar outra mãezinha para priorizar meu parto, porque era uma corrida contra o tempo para salvar a vida do bebê. Ao terminar o parto, percebi a vitória da equipe médica ao saber que meu bebê estava vivo, as enfermeiras quase chorando e eu extasiada, mas muito feliz! Nesse momento, meu marido entrou rapidamente, me beijou e saiu. Heitor foi direto para UTI Neonatal, estava com 1,840kg.

Ao acordar e perceber que eu estava na enfermaria, só queria saber como ele estava, meu coração sangrava por saber os riscos que ele corria e eu orava incansavelmente pedindo que Deus salvasse meu filho. Não foram poucas as vezes em que, sozinha pelo corredor (da enfermaria até a UTI Neo), fui chorando, achava que não iria suportar tamanha dor. Era tão pequeno, tão frágil, confesso que balancei ao vê-lo naquela incubadora. Iniciava uma luta contra infecção respiratória e icterícia.

Fui aos poucos fazendo amizade com as demais mãezinhas da UTI, elas me davam força, me senti meio mãe de todos os bebês que ali lutavam pela sobrevivência. No quinto dia, o Heitor mamou e eu não me continha de tanta felicidade. No décimo dia, estava eu distraída na sala de terapia pintando uma toalha para meu pequeno, quando o pediatra me chamou. Tremi achando que era algo ruim, nunca pensei que fosse para ouvir o que eu tanto pedia a Deus: ‘Mãe, vamos para casa? Seu filho teve alta’. Saí pulando e gritando de tanta alegria pelos corredores do hospital, ligava para meu marido, para minha irmã, mãe, pai... família toda!

Ao chegar em casa, muita festa e emoção. Pela primeira vez depois que ele nasceu, pude entrar no quarto do meu filho sem derramar lágrimas de tristeza, mas sim de muita alegria! Ao completar 3 meses, ele apresentou uma alteração na ultrassom da fontanela e uma pediatra me assustou, achando que poderia ser hidrocefalia. Chorava e orava a Deus que livrasse meu filho e que desse saúde.

Após repetidas US’s e até tomografia do crânio, tivemos a feliz notícia que estava tudo normal, era só mais um susto para honra e glória do Senhor. Hoje, com 1 aninho (completou dia 04/07), minha mãe, que já é avó de 5 netos, fala com convicção que nunca nenhum deles, mesmo tendo nascido a termo, nunca foi tão esperto e inteligente como o meu Heitor. Ele é muito sapeca mesmo e isso me enche de orgulho e dá um colorido mais lindo para minha vida.”

Zenaide, mãe do Heitor Rafael

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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