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26.02.2019

A sazonalidade do VSR

Está na hora de proteger os pequenos! O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) tem sazonalidade estabelecida em diversas partes do mundo e no Brasil também. De acordo com a região do país, indica-se a imunização com anticorpos antes da circulação do vírus, para que os pacientes estejam protegidos de maneira preventiva. Caso o bebê prematuro não esteja imunizado, corre o risco de contrair doenças como bronquiolite, pneumonia e até asma, com consequências a longo prazo.

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é extremamente comum nas crianças. Estima-se que até dois anos de idade praticamente todas as crianças já entraram em contato com esse vírus. De acordo com a infectologista Dra. Rosana Richtmann, o vírus tem a capacidade de causar uma inflamação muito intensa na via respiratória, podendo ser na superior, mas especialmente na inferior. "Com isso, forma sincícios, como o próprio nome fala, podendo ter acúmulo de secreção e levar muitas vezes a obstrução dessa via áerea, e, dependendo do paciente, necessita-se de assistência ventilatória, intubação e terapia intensiva. É um vírus que realmente pode causar desde um quadro bastante leve até, nos pacientes de alto risco, um quadro muito mais grave", alerta a médica. 

Segundo a Dra. Rosana, a bronquiolite, uma das doenças principais causadas pelo VSR, tem um efeito pior nos bebês prematuros exatamente porque eles não tem a via respiratória bem formada, não estando desenvolvida como em uma criança de termo: "Então, quando você tem a agressão de um vírus que pode causar uma inflamação, um acúmulo de secreção, pode levar a uma obstrução da via aérea no pulmão não desenvolvido e ser um quadro muito mais grave".

Como funciona a sazonalidade?

O VSR é a principal causa de infecção respiratória (principalmente bronquiolite) em bebês. Em adultos e crianças acima de 2 anos saudáveis, a infecção por VSR pode ser confundida com um resfriado, porém em bebês prematuros, broncodisplásicos e cardiopatas é a causa de hospitalizações recorrentes e pode ser fatal. O VSR tem sazonalidade bastante estabelecida em muitas partes do mundo e aqui em nosso país também. Nos meses de maior circulação do vírus é quando realmente precisa-se fazer a prevenção.

Entre os meses de janeiro a agosto, o Virus Sincicial Respiratório circula pelo Brasil, variando um pouco a época, de região por região. O VSR ocorre o ano inteiro pelo país mas nesse periodo tem o seu pico de sazonalidade. Esse vírus não está ligado a estações frias, porém no Sul e Sudeste acontece próximo ao outono e inverno e no Norte ocorre coincidindo com a estação das chuvas.

Segue abaixo a sazonalidade e época de aplicação de cada com a região, com informações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

- Região Norte: com a sazonalidade de fevereiro a junho, o período de aplicação deve ser de janeiro a junho.
- Região Nordeste: com a sazonalidade de março a julho, o período de aplicação deve ser de fevereiro a julho.
- Região Centro-Oeste: com a sazonalidade de março a julho, o período de aplicação deve ser de fevereiro a julho.
- Região Sudeste: com a sazonalidade de março a julho, o período de aplicação deve ser de jevereiro a julho.
- Região Sul: com a sazonalidade de abril a agosto, o período de aplicação deve ser de março a agosto.

Metódo de prevenção

Para prevenir essas complicações, recomendam-se práticas comuns para evitar gripes e resfriados, como lavar as mãos com frequência e principalmente antes de "tocar" no bebê; usar alcool gel, evitar contato com pessoas com coriza e tosse; manter objetos limpos; evitar ambientes fechados e proximidade com fumaça de cigarro. Como para os prematuros, broncodisplásticos e cardiopatas, a infecção por VSR leva a riscos graves para a saúde dos bebês, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunização incluiram a imunização com anticorpo específico contra o VSR no calendário de imunizações, conforme publicado aqui.

A prevenção dos bebês de risco, como os prematuros, broncodisplásicos e cardiopatas, deve ser feita não somente na época da sazonalidade. A Dra. Rosana explica que é importante que "uma criança que nasceu o ano passado, em outubro, com menos de 28 semanas, por exemplo, agora que vai começar a circulação do vírus tem indicação da profilaxia. Até ela completar um ano de idade, ela está dentro do grupo de risco. Em relação aos cardiopatas e e broncodisplásicos, é o mesmo raciocínio, só que essa proteção acontece até completar dois anos de vida".

A imunização, mediante prescrição médica, é fornecida gratuitamente pelo SUS (conforme o calendário de cada região) e também faz parte do rol de procedimentos estabelecidos pela ANS para planos de saúde. Todos os bebês prematuros com menos de 28 semanas de idade gestacional tem direito a esse anticorpo monoclonal, gratuitamente. Caso a criança tenha seguro saúde, todos os convênios e as seguradoras tem obrigação de viabilizar o anticorpo para as crianças prematuras abaixo de 28 semanas de idade gestacional.

No caso de não imunizar o bebê durante a circulação desse vírus, acaba-se correndo o risco de ter uma doença causada por esse vírus, sendo muitas vezes grave, podendo levar a bronquiolite e a pneumonia. A longo prazo, pode levar inclusive a asma brônquica, que tem o VSR como um dos vários fatores, podendo deixar uma sequela futura, além da sequela a média prazo que é a sibilância recorrente. Falando sobre sua experiência, a Dra. Rosana afirma que "é uma proteção em tempo real, fundamental que seja, de preferência, um pouco antes da circulação do vírus. Lembrando que o anticorpo monoclonal tem uma meia vida limitada, então as injeções tem que ser repetidas uma vez por mês, durante todo o período da sazonalidadedo VSR".

Durante a temporada do VSR, os bebês prematuros, broncodisplásicos e cardiopatas devem ser imunizados antes do pico da sazonalidade do vírus em sua região. Em caso de dúvida, consulte o pediatra ou neonatologista.

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